16/06/2022 12h36

Conceito de stewardship entra em campo para marcar um gol pelo planeta

Potencializado a partir da crise econômica que afetou o mundo há pouco mais de uma década, esse conceito está intimamente ligado a agronegócio

Cláudia Barreto é engenheira química pela Unicamp e gerente de stewardship da UPL Brasil

 

Cláudia Barreto *

Em tempos de valorização das práticas ESG, ganha cada vez mais relevância o termo inglês “stewardship”, usado no ambiente corporativo para abordar temas relacionados à ética e à responsabilidade na gestão de recursos.

Potencializado a partir da crise econômica que afetou o mundo há pouco mais de uma década, esse conceito está intimamente ligado a agronegócio, sustentabilidade ambiental e governança. Afinal, por meio dos códigos de stewardship, as empresas cuidam de todo o ciclo de vida dos produtos que serão aplicados nas lavouras. Desde a aquisição e o transporte. A preocupação com o processo também passa pela armazenagem, aplicação correta, segurança dos trabalhadores, destinação das embalagens vazias, conscientização e boas práticas no campo.

Cada tópico é essencial para o objetivo da UPL de reinventar a agricultura e, assim, reimaginar a sustentabilidade. Presente em mais de 130 países, a empresa é uma das cinco maiores do mundo em soluções agrícolas, sendo pioneira no hasteamento da bandeira do uso correto e seguro de produtos para defesa vegetal, que exigem cuidados especiais e são essenciais para a produção de alimentos para atender à crescente demanda global.

Um exemplo vivo desse compromisso é o programa Aplique Bem, criado em 2007 e realizado em parceria com o Instituto Agronômico (IAC). O trabalho consiste na realização de cursos gratuitos sobre o uso correto e seguro de defensivos agrícolas para produtores rurais de todo o país. Até o momento, 76 mil pessoas já participaram da prática.

O Aplique Bem conta com cinco laboratórios itinerantes, os “Tech Móveis”. Quatro deles percorrem o território nacional, enquanto um se destina ao circuito das frutas do interior de São Paulo. Em cada treinamento, são reunidos cerca de 20 produtores e trabalhadores rurais, que recebem informações em detalhes sobre o processo de uso seguro e correto dos insumos agrícolas, incluindo explicação e conscientização sobre os equipamentos de proteção individual (EPI).

Em vez de transportamos os agricultores e funcionários das fazendas para a sala de aula, nós levamos o conhecimento até o campo, onde eles estão e atuam. As informações são passadas por engenheiros agrônomos, treinados pelo IAC, sob a coordenação do pesquisador e doutor em agronomia Hamilton Ramos. A eficácia desses treinamentos é comprovada em cada curso.

Ao todo, o Aplique Bem já realizou mais de 4 mil cursos em mais de 1 mil municípios de 22 estados brasileiros, além do Distrito Federal. Os resultados do programa chamaram a atenção de sete países, que importaram a ideia: Burkina Faso, Colômbia, Costa do Marfim, Gana, México, República de Mali e Vietnã. Nosso objetivo é continuar ampliando esse projeto fantástico, em prol de uma agricultura cada vez mais sustentável.

Aliás, esse trabalho cuidadoso é reconhecido, inclusive pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que reconheceu o Programa Aplique Bem como uma das três melhores Boas Práticas na categoria Responsabilidade Social. Mais do que isso, o projeto auxilia produtores brasileiros – como os grupos Hasegawa e Rochetto – a conquistarem certificações internacionais de boas práticas agrícolas, com benefícios diretos aos consumidores.

A proteção do meio ambiente e, ainda, o conceito de stewardship são tão importantes para a UPL que a empresa criou globalmente o Stewardship Day, celebrado todos os anos com o Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho. Por meio desse marco temporal, reafirmamos nosso compromisso com a agricultura sustentável, conceito que entram em campo com a UPL para marcar um gol pelo nosso planeta.

* Engenheira química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e gerente de stewardship da UPL Brasil

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