16/04/2012 9h33

NE já sente os efeitos da estiagem prolongada; chuvas devem ficar abaixo da média em 2012

Combinação da possível combinação do fenômeno El Nino, no Pacífico, com o dipolo negativo, no Atlântico, sinaliza baixa precipitação

Satélite mostra céu limpo no Nordeste brasileiro

Valdi Junior/VALOR MERCADO

Segunda quinzena de abril. E nada de chuva. Pois é. O nordestino, homem do campo, começa a olhar para o céu em busca de nuvens que sinalize o início da estação chuvosa. Os dias passam, a pastagem seca e a terra está sem condições de aragem. É a realidade.

Embora o inverno cronologicamente tenha início marcado para junho, a chuva chega à região do Nordeste Oriental em março dando continuidade à sequência das trovoadas – chuvas de verão nos meses de janeiro e fevereiro – o que ainda não ocorreu neste ano de 2012.

E o fato preocupante para o Nordeste é a mudança de temperaturas das águas dos oceanos Atlântico e Pacífico. A temperatura da água do Oceano Atlântico Sul está esfriando e do Atlântico Norte está subindo, provocando o que os pesquisadores chamam de dipolo negativo, impedindo a formação de nuvens e de massa de ar fria com direção ao litoral nordestino. Menos precipitação.

Do outro lado do continente sul-americano, no Oceano Pacífico, os dados de satélite registram leve aumento da temperatura das água, o que antecipa a chegada do fenômeno El Nino. Consequências: ar seco em torno da Cordilheira dos Andes e da Floresta Amazônica impedindo a passagem de ventos úmidos que ajudam na formação das nuvens para o interior do Brasil.

Essa mudança de temperatura das águas dos oceanos sinaliza que o Nordeste brasileiro, a qual está incluído o Estado de Alagoas, poderá vir a sofrer os efeitos de longa estiagem neste ano de 2012.

Muitos municípios nordestinos já estão decretando calamidade pública. Os governos devem estar atento a esse possível cenário que causará impacto negativo social e econômico no campo e na cidade.

É hora de estar vigilante.

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