22/01/2021 12h02

Pesquisa aponta queda de 27,7% na inadimplência em Maceió

Em um ano marcado pela pandemia de Covid-19, índice mostra que cerca de 20 mil pessoas conseguiram reajustar suas finanças e quitar contas em atraso

População maceioense começa a prevenir-se e evitar compras a longo prazo

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em parceria com o Instituto Fecomércio Alagoas, registrou em dezembro, na comparação anual, uma queda de 27,7% no número de pessoas com contas em atraso em Maceió. Em números absolutos, de dezembro de 2019 a dezembro de 2020, a quantidade de endividados inadimplentes na capital alagoana passou de 82 mil para 62 mil.

De acordo com o levantamento, esse grupo representa 19,8% dos maceioenses, taxa menor do que a percebida nas outras capitais do Brasil, que, em média, é de 25,2%. Outro indicador favorável da capital alagoana, quando comparado com a média nacional, é o de endividados que não tem condições de pagar suas dívidas, que atinge 10,8% dos moradores de Maceió, enquanto que, em média, as outras capitais apresentaram um percentual de 11,2%. Até novembro, este era o único indicador que apresentava registro desfavorável para Maceió (11,8%) diante da média nacional (11,5%).

Em se tratando do número de maceioenses com algum tipo de dívida, a pesquisa aponta que, com 64,1% da população nessas condições, o índice se manteve estável no último mês do ano, seguindo uma tendência de queda e estabilização desde junho, mês que apresentou o maior nível de endividamento em 2020, com um percentual de 72,5%. Segundo o assessor econômico da Fecomércio AL, Victor Hortencio, os indicadores de Maceió se mantiveram, pelo terceiro mês seguido, abaixo da média nacional, que registrou 66,3%, em dezembro.

Para o assessor econômico, os números obtidos na pesquisa mostram uma melhora significativa na condição de endividamento e inadimplência em Maceió, ao longo de 2020. “Isso se deve, em grande medida, aos recursos oriundos dos programas de combate à pandemia, como o Auxílio Emergencial e o Benefício Emergencial de Preservação da Renda e do Emprego, somados ao sentimento de incerteza característico das crises econômicas”, observou.

Hortencio destaca também que mesmo dezembro sendo um mês característico de aumento de consumo e, consequentemente, de endividamento, o último mês do ano manteve as características de todo o período de pandemia em 2020, com uma diminuição constante no número de endividados e uma melhora significativa no percentual de pessoas que podem pagar seus compromissos.

FORMAS DE ENDIVIDAMENTO

Seguindo o padrão das demais capitais brasileiras, o cartão de crédito permanece como o principal fator gerador de dívidas dos maceioenses. De acordo com a pesquisa, 94,8% dos consumidores fizeram uso desse recurso para adquirir bens e serviços. Em seguida, entre as modalidades de endividamento de curto prazo, estão os carnês, com 23,3%. Já o crédito pessoal ficou com 4,1%.

ENDIVIDAMENTO POR RENDA

A pesquisa apontou ainda que entre os maceioenses com renda acima de 10 salários mínimos, 59% estão com alguma dívida. Desses, 8,6% se dizem muito endividados e 10,4% possuem contas em atraso. No grupo de consumidores com renda de até 10 salários mínimos, 64% estão endividados. Desse montante, 3,7% estão muito endividados e 32,3% tem alguma dívida atrasada.

Quanto ao tempo de atraso de pagamento das dívidas, os dois grupos salariais têm uma média similar de um pouco mais de 70 dias, sendo que mais de 60% dos consumidores, nos dois níveis de renda, estavam com contas em atraso em período de 3 a 6 meses, comprometendo, em média, 27% das suas rendas.

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