13/09/2013 8h16

Apicultores familiares de Alagoas recebem materiais e equipamentos para alavancar a produtividade

Colmeias e a cera alveolada irão beneficiar 144 famílias que desenvolvem atividades apícolas em paralelo ao cultivo de feijão e milho.

Apicultores alagoanos recebem cera entregue pela Codevasf

Bruno Santos/Codevasf

Apicultores familiares de municípios do Vale do São Francisco alagoano estão recebendo da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) cerca de 4,6 toneladas de cera alveolada e 580 colmeias. Os recursos para aquisição do material, R$ 250 mil, são oriundos de emenda parlamentar. Os produtores aproveitarão esta época do ano, ideal para a captura das abelhas, para impulsionar as atividades, que devem gerar trabalho e renda extra para suas famílias.

As colmeias e a cera alveolada irão beneficiar 144 famílias que desenvolvem atividades apícolas em paralelo ao cultivo de feijão e milho. Os beneficiados são dos municípios de Pão de Açúcar, Piaçabuçu, Palestina, Maravilha, Batalha, Água Branca, Olho D’Água do Casado, São José da Tapera, Piranhas, Senador Rui Palmeira e Pariconha.

A doação está sendo realizada à Cooperativa dos Produtores de Mel, Insumos e Derivados Apícolas de Alagoas (Coopeapis) e à Cooperativa dos Produtores de Mel de Abelha e Derivados (Coopmel), que distribuirão os itens entre os cooperados cadastrados pela Codevasf e entre os integrantes de quatro associações também cadastrados pela Companhia: Associação dos Moradores da Fazenda Paraíso de Piaçabuçu, Associação dos Apicultores de Pão de Açúcar e Palestina, Associação dos Apicultores de Maravilha e Associação Quilombola Cajá dos Negros de Batalha.

A Coopeapis também recebeu da Codevasf uma máquina de produção de sachês de mel. De acordo com o presidente da cooperativa, Diego Correia, o equipamento irá otimizar a produção da cooperativa, o que proporcionará mais qualidade aos produtos. “Agora podemos envasar o mel com maior qualidade, o que permitirá que nosso produto circule também com esse padrão elevado. A falta desse equipamento fez com que a Coopeapis não pudesse atender várias demandas em que a apresentação do produto deveria ser em sachê, a exemplo da merenda escolar”, explica.

Na avaliação de Correia, a cera alveolada doada pela Codevasf permitirá um aumento na produtividade dos apicultores. “A forma como estávamos trabalhando com cera in natura não permitia que pudéssemos ampliar nossos enxames e melhorar o processo produtivo. Com a cera alveolada, o processo de produção do mel será mais rápido e sem a necessidade de esperar que as abelhas construam a cera”, diz Correia.

Erivaldo Silva é apicultor familiar no município de São José da Tapera, no semiárido alagoano. Ele cria abelhas com a família em 33 colmeias, das quais somente 26 estão povoadas no momento. “A seca arrasou tudo e levou parte das minhas abelhas. Estávamos muito preocupados, pois estamos no momento ideal para captura de enxames e a cooperativa não dispunha de cera. Agora posso aproveitar esse período do ano em que os enxames voltam a essa região para repovoar minhas colmeias”, comemorou.

Cícero Alves da Silva é apicultor cooperado à Coopeapis. Considerado um dos percussores da atividade apícola em Alagoas, ele também comemora a chegada da cera alveolada no momento em que os enxames voltam a povoar o semiárido. “Nesses dois anos de seca, nossas abelhas foram embora. Agora que elas estão voltando, temos cera da melhor qualidade no momento oportuno”, afirmou o apicultor do município de Pão de Açúcar, que está na atividade há 15 anos.

Segundo o superintendente regional da Codevasf em Alagoas, Luiz Alberto Moreira, o repasse dos materiais aos apicultores familiares de Alagoas representa um avanço na estruturação da atividade nesses municípios. “Isso deve garantir trabalho e renda complementares e, consequentemente, a melhoria na qualidade de vida das famílias beneficiadas”, diz Moreira.

As doações integram as atividades de apoio a arranjos produtivos locais (APLs) coordenadas pela Gerência de Desenvolvimento Regional (GDT) da Área de Revitalização da Codevasf e têm por objetivo estruturar processos produtivos, em especial em produção familiar.

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