Desde a semana passada, com ida à Brasília e reuniões com ministérios e outra com o Senado, a cooperativa busca da melhor maneira garantir alento ao produtor de leite e ser uma grande intermediadora para as políticas públicas em atendem ao setor. Modificações na execução do Programa do Leite, viabilização que facilite os custos, já bem apertados, do produtor rural e garantir assistência técnica para fortalecer a cadeia produtiva leiteira são assuntos bastante comuns na agenda da CPLA e de seu presidente, Aldemar Monteiro, nos últimos tempos.
Um exemplo é o da comunidade quilombola do Cajá dos Negros, zona rural de Batalha, onde a CPLA viabiliza a ração do gado dos 50 produtores que ali vivem. De qualquer forma, pagar cerca de R$7 ao dia para alimentar uma vaca lactante por si já é algo preocupante. Com o fim da produção e distribuição do bagaço da cana, uma boa alternativa de ração já que a palma também está escassa, restou à comunidade comprar a cana crua para o rebanho.
É cana-de-açúcar, porém com o preço é bastante salgado. “A tonelada custa R$100. Com o frete, sobe para mais de R$200”, calcula Gustavo Ramos, zootecnista da CPLA e bem próximo à realidade dos produtores sertanejos.
Para garantir o sustento dos animais, o acordo que a CPLA viabiliza com a Cajá dos Negros fica da seguinte forma. A CPLA custeia a compra e transporte da cana, e esse valor é descontado no leite entregue pelos produtores à cooperativa, sem prazo de pagamento determinado.
Mesmo com o orçamento apertado, tal saída encontrada pela CPLA já garante a manutenção desse rebanho vivo, pois a ajuda do governo chega a passos lentos e o bagaço prometido já cessou. “Temos um compromisso com nossos produtores e não podemos abandoná-los num momento de dificuldades”, pontuou Aldemar Monteiro.