01/07/2015 12h02

Fasciolose hepática, um mal que pode causar muitos prejuízos aos rebanhos de bovinos e ovinos

Efeitos causados por esse mal podem levar à mortalidade de animais, redução na produção de carne e leite

 

Rouber Silva é gerente de Serviços Técnicos da Merial Saúde Animal

Grande preocupação dos produtores, a fasciolose hepática, também conhecida como “baratinha do fígado” é uma enfermidade parasitária causada pelo trematóide Fasciola hepática. A doença é de grande importância veterinária por causar danos diretos ao animal, elevadas perdas econômicas nos rebanhos de bovinos e ovinos e por ser uma zoonose, afetando assim a saúde pública.

Os efeitos causados por esse mal podem levar à mortalidade de animais, redução na produção de carne e leite, diminuindo o ganho de peso dos animais em até 25%. A fasciolose bovina ocorre principalmente na região Sul do país, onde já foram registrados casos com prejuízos financeiros na ordem de U$ 400 mil em um único ano.  Porém, outros estados – São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso – também apresentam casos da parasitose. A rigor, há registros da doença em todas as regiões do país.

A parasitose ocorre principalmente em bovinos e ovinos, porém pode se manifestar de maneira diferente entre eles. A mortalidade, por exemplo, pode chegar a 20% em ovinos. Já em bovinos, os casos de mortalidade são mais raros, mas os prejuízos podem ser maiores, sendo a forma crônica a mais importante. Animais parasitados por Fasciola hepatica apresentam retardo no desenvolvimento, redução no ganho de peso e na produção de leite, e problemas de reprodução. Esses baixos desempenhos geram perdas econômicas consideráveis, mas as condenações de fígados pela presença de formas imaturas e adultas do parasito, em matadouros, são mais visíveis e provam a existência do parasita no rebanho.

O grau de infestação de uma pastagem depende da produção de ovos pelos parasitos adultos e das condições climáticas adequadas para a sobrevivência dos moluscos. A presença da fascíola hepática está relacionada às características fisiográficas de cada região, e as variações ocorrem de acordo com as condições climáticas, como áreas alagadas, presença de hospedeiros vertebrados, fatores relacionados ao manejo do plantel, e principalmente com a biologia dos seus hospedeiros intermediários – moluscos do gênero Lymnaea.  No Brasil, o habitat de moluscos limneídeos é dado principalmente por canais de drenagem ou irrigação com águas de curso lento ou remansos, áreas com pastagens alagadas, pantanosas ou inundadas periodicamente e que oferecem locais adequados para a presença e proliferação dos moluscos. Sua permanência em pequenos sítios de sobrevivência, com a chegada da estação chuvosa pode ser ampliada e a disseminação pelas águas de enchentes facilita a formação de novos criadouros, e posterior distribuição para outras regiões.

Os ovos do parasito são eliminados nas fezes do hospedeiro intermediário. Eles não sobrevivem à dessecação e baixas temperaturas. Estes ovos eclodem apenas em condições ambientais adequadas, com ambientes úmidos e temperaturas acima de 10oC. No verão, a eclosão ocorre em 21 dias, já no outono e no inverno pode demorar 90 dias. Na água e sob temperatura adequada, os ovos passam por desenvolvimento embrionário e sob estímulo da luz eclodem, liberando os chamados miracídios. Estes nadam ativamente atraídos por quimiotaxia dos caramujos, em especial Lymnaea viatrix L. columella, seus hospedeiros invertebrados. No molusco, os miracídios dão origem às cercárias que são liberadas na água onde migram para objetos sólidos como folhas de capins onde se transformam em metacercárias. O hospedeiro vertebrado se infecta ao ingerir pasto contaminado com metacercárias, as quais se encistam no intestino delgado, migram através da parede intestinal, caem na cavidade abdominal e penetram no parênquima hepático, atingindo os canais biliares onde se fixam e se tornam adultos que então liberam os ovos não embrionados juntamente com as fezes. Os parasitas adultos nutrem-se do conteúdo biliar, produtos inflamatórios e necróticos dos animais, e sua longevidade pode chegar até 8 – 10 anos.

A Merial Saúde Animal é parceira dos pecuaristas e coloca à sua disposição um pacote de soluções eficazes para combater essas enfermidades. É o caso de Ivomec®-F Injetável, o endectocida mais consagrado do mercado veterinário mundial. Produzido à base de Ivermectina Merial a 1% + clorsulon 10%, é indicado para o tratamento e controle dos principais parasitos internos e externos dos bovinos e, ao mesmo tempo, da Fascíola hepática adulta, além de suas formas imaturas (com idade de 8 semanas). O produto apresenta ampla margem de segurança. Um de seus diferenciais é que pode ser administrado em touros ou vacas prenhes, sem efeito negativo na fertilidade ou gestação. O abate dos animais tratados pode ser feito 28 dias após a última aplicação. A única ressalva é que não seja aplicado em vacas leiteiras no período de produção de leite para consumo humano. Outra solução da Merial é Dovenix® Supra, antiparasitário para o tratamento e controle das formas adultas e imaturas da Fascíola hepática e Fascíola gigântica em bovinos, ovinos e caprinos. O produto apresenta  ampla margem de segurança para os animais nas doses recomendadas, podendo ser empregado em fêmeas prenhes, animais jovens e reprodutores. Antes da aplicação deve-se verificar com exatidão o peso do animal a ser tratado para não ultrapassar as doses recomendadas, principalmente em cordeiros e cabritos jovens. A aplicação deve ser evitada em animais debilitados, estressados, assim como em vacas leiteiras no período de produção.

 

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