Grande preocupação dos produtores, a fasciolose hepática, também conhecida como “baratinha do fígado” é uma enfermidade parasitária causada pelo trematóide Fasciola hepática. A doença é de grande importância veterinária por causar danos diretos ao animal, elevadas perdas econômicas nos rebanhos de bovinos e ovinos e por ser uma zoonose, afetando assim a saúde pública.
Os efeitos causados por esse mal podem levar à mortalidade de animais, redução na produção de carne e leite, diminuindo o ganho de peso dos animais em até 25%. A fasciolose bovina ocorre principalmente na região Sul do país, onde já foram registrados casos com prejuízos financeiros na ordem de U$ 400 mil em um único ano. Porém, outros estados – São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso – também apresentam casos da parasitose. A rigor, há registros da doença em todas as regiões do país.
A parasitose ocorre principalmente em bovinos e ovinos, porém pode se manifestar de maneira diferente entre eles. A mortalidade, por exemplo, pode chegar a 20% em ovinos. Já em bovinos, os casos de mortalidade são mais raros, mas os prejuízos podem ser maiores, sendo a forma crônica a mais importante. Animais parasitados por Fasciola hepatica apresentam retardo no desenvolvimento, redução no ganho de peso e na produção de leite, e problemas de reprodução. Esses baixos desempenhos geram perdas econômicas consideráveis, mas as condenações de fígados pela presença de formas imaturas e adultas do parasito, em matadouros, são mais visíveis e provam a existência do parasita no rebanho.
O grau de infestação de uma pastagem depende da produção de ovos pelos parasitos adultos e das condições climáticas adequadas para a sobrevivência dos moluscos. A presença da fascíola hepática está relacionada às características fisiográficas de cada região, e as variações ocorrem de acordo com as condições climáticas, como áreas alagadas, presença de hospedeiros vertebrados, fatores relacionados ao manejo do plantel, e principalmente com a biologia dos seus hospedeiros intermediários – moluscos do gênero Lymnaea. No Brasil, o habitat de moluscos limneídeos é dado principalmente por canais de drenagem ou irrigação com águas de curso lento ou remansos, áreas com pastagens alagadas, pantanosas ou inundadas periodicamente e que oferecem locais adequados para a presença e proliferação dos moluscos. Sua permanência em pequenos sítios de sobrevivência, com a chegada da estação chuvosa pode ser ampliada e a disseminação pelas águas de enchentes facilita a formação de novos criadouros, e posterior distribuição para outras regiões.
Os ovos do parasito são eliminados nas fezes do hospedeiro intermediário. Eles não sobrevivem à dessecação e baixas temperaturas. Estes ovos eclodem apenas em condições ambientais adequadas, com ambientes úmidos e temperaturas acima de 10oC. No verão, a eclosão ocorre em 21 dias, já no outono e no inverno pode demorar 90 dias. Na água e sob temperatura adequada, os ovos passam por desenvolvimento embrionário e sob estímulo da luz eclodem, liberando os chamados miracídios. Estes nadam ativamente atraídos por quimiotaxia dos caramujos, em especial Lymnaea viatrix e L. columella, seus hospedeiros invertebrados. No molusco, os miracídios dão origem às cercárias que são liberadas na água onde migram para objetos sólidos como folhas de capins onde se transformam em metacercárias. O hospedeiro vertebrado se infecta ao ingerir pasto contaminado com metacercárias, as quais se encistam no intestino delgado, migram através da parede intestinal, caem na cavidade abdominal e penetram no parênquima hepático, atingindo os canais biliares onde se fixam e se tornam adultos que então liberam os ovos não embrionados juntamente com as fezes. Os parasitas adultos nutrem-se do conteúdo biliar, produtos inflamatórios e necróticos dos animais, e sua longevidade pode chegar até 8 – 10 anos.
A Merial Saúde Animal é parceira dos pecuaristas e coloca à sua disposição um pacote de soluções eficazes para combater essas enfermidades. É o caso de Ivomec®-F Injetável, o endectocida mais consagrado do mercado veterinário mundial. Produzido à base de Ivermectina Merial a 1% + clorsulon 10%, é indicado para o tratamento e controle dos principais parasitos internos e externos dos bovinos e, ao mesmo tempo, da Fascíola hepática adulta, além de suas formas imaturas (com idade de 8 semanas). O produto apresenta ampla margem de segurança. Um de seus diferenciais é que pode ser administrado em touros ou vacas prenhes, sem efeito negativo na fertilidade ou gestação. O abate dos animais tratados pode ser feito 28 dias após a última aplicação. A única ressalva é que não seja aplicado em vacas leiteiras no período de produção de leite para consumo humano. Outra solução da Merial é Dovenix® Supra, antiparasitário para o tratamento e controle das formas adultas e imaturas da Fascíola hepática e Fascíola gigântica em bovinos, ovinos e caprinos. O produto apresenta ampla margem de segurança para os animais nas doses recomendadas, podendo ser empregado em fêmeas prenhes, animais jovens e reprodutores. Antes da aplicação deve-se verificar com exatidão o peso do animal a ser tratado para não ultrapassar as doses recomendadas, principalmente em cordeiros e cabritos jovens. A aplicação deve ser evitada em animais debilitados, estressados, assim como em vacas leiteiras no período de produção.