19/08/2013 13h35

Rendimento da caderneta de poupança sobe com Taxa Referencial maior

Financiamento de imóveis e aluguéis ficam mais caros com aumento da Taxa Referencial

UOL

Após quase um ano, a TR (Taxa Referencial) deixou de ser zero e deve permanecer acima desse patamar pelo menos até o final deste ano, o que melhora a rentabilidade da poupança. Uma outra consequência, no entanto, é que financiamentos corrigidos pela taxa (como o imobiliário) e o aluguel ficam mais caros.

A projeção da TR feita pelo professor e economista José Dutra Vieira Sobrinho considera três aumentos de 0,5 ponto percentual do juro básico (taxa Selic) até dezembro, que chegaria a 10% ao ano (veja quadro ao lado). A estimativa considera as principais apostas do mercado.

A TR sobe nesse cenário porque é calculada com base no juro básico e no número de dias úteis de cada mês. Quanto maior o juro e mais longo o mês, maior a taxa.

Com a Selic a partir do nível atual, 8,5% ao ano, a TR já paira acima de zero, nível em que estava desde setembro de 2012, quando os juros eram mais baixos.

Os efeitos da TR acima de zero, porém, são mais perceptíveis no longo prazo.

Na poupança, depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012 rendem 70% do juro básico mais a TR sempre que a Selic for menor ou igual a 8,5% ao ano. Se o juro básico estiver acima desse patamar, o que pode acontecer já neste mês, a caderneta pagará 0,5% ao mês mais TR.

Em um prazo de cinco anos, quem aplicou R$ 5.000 na caderneta com a TR zerada terá visto a quantia crescer para R$ 6.744,25. Já com a TR em 0,02%, como foi a de referência para julho, o valor final seria de R$ 6.825,66. Os cálculos consideram o rendimento da poupança antiga.

No financiamento imobiliário, o impacto da TR maior no valor das parcelas mensais é baixo. “Na opção de pagamento mais comum, o SAC [Sistema de Amortização Constante], as prestações do financiamento caem ao longo do tempo. Então, mesmo com a TR maior, o consumidor não percebe”, diz Dutra.

No valor final do empréstimo, porém, a pequena variação faz diferença. Supondo um financiamento imobiliário de R$ 500 mil em 20 anos com juros de 0,5% ao mês, o valor final, com TR zero, seria de R$ 801.250 e, com TR em 0,02%, de R$ 818.413.

O diretor do BankFacil Sergio Furio orienta o consumidor a voltar a computar o valor da TR na hora de comparar custos de um empréstimo.

Para o especialista, mesmo que o impacto da TR não seja tão relevante nas parcelas, é preciso retomar o costume de considerá-la por causa do impacto no longo prazo.

“É difícil que o juro básico volte a patamares absurdos como antigamente, por isso a TR também acaba tendo seu aumento restrito. Mas, como qualquer taxa, não podemos ignorá-la”, afirma Furio.

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