10/02/2012 17h00

Emprego e renda alta continuam a pressionar a inflação

Aumenta a procura por bens duráveis como carros, televisão entre outos itens por parte dos brasileiros

O aumento do nível de emprego combinado à elevação da renda do brasileiro fez o perfil de consumo do país mudar. Esse processo evidenciou o maior apetite dos brasileiros por bens duráveis, diz a coordenadora de índice de preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ao comentar a nova ponderação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), baseada na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2008-2009.

“As pessoas passaram a consumir mais carros grandes e TVs de LCD, que ganharam espaço no IPCA, enquanto alimentos diminuíram sua participação”, afirmou Eulina. Referendam as palavras da especialista do IBGE o fato de a população brasileira ter passado a gastar mais com transportes, grupo que agora pesa 20,54% do IPCA ante 18,69% em dezembro.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou hoje que a inflação subiu ,56% em janeiro, ante avanço de 0,50%, em dezembro. No acumulado de 12 meses, a taxa situou-se em 6,22% – a menor desde março do ano passado, quando a taxa foi de 6,30%.

A representatividade de automóveis novos aumentou de 2,14% para 3,61%, enquanto a de automóveis usados foi de 1,05% para 1,72%. Em meio a esse processo transitório, emplacamento e licença tiveram sua proporção no IPCA reajustada de 0,67% para 1,08%, ao passo que o peso de combustíveis foi de 4,55% para 5,35%.

Nesse contexto, a proporção do transporte público no IPCA caiu de 6,81% para 4,87%. Assim como transportes, o grupo saúde e cuidados pessoais também ganhou participação no IPCA, de 10,76% para 11,09%.

Os gastos com cabeleireiros foram de 1,05% do IPCA para 1,24%, ao passo que perfume, passou para 1,04% ante 0,81%. Já os televisores agora equivalem a 0,3065 do IPCA ante a 0,1054.

Por outro lado, o grupo educação caiu de 7,21% para 4,37%. “Mesmo com o aumento de renda e da expansão da classe C, as pessoas tiveram outras prioridades, que não a educação. As pessoas optaram por gastar mais com cabeleireiro, por exemplo”, disse Eulina.

“A rede privada de ensino só detém 15% dos alunos brasileiros. Apesar do aumento de renda, as famílias permaneceram com os filhos em colégio público e gastaram seu aumento salarial em outras coisas”, completou.

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