Apresentação do Programa Sinapse da Inovação aconteceu no auditório da Fapeal

Representantes das principais instituições e órgãos de pesquisa, empreendedorismo e governança de Alagoas reuniram-se na última quarta-feira, no auditório da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), para a apresentação do Programa Sinapse da Inovação, debatendo sua aplicabilidade no estado. A convite do Sebrae em Alagoas, representantes do Sebrae em Pernambuco e Paraíba também estiveram presentes no evento, contemplando a possibilidade do projeto em escala regional.

A iniciativa do estado de Santa Catarina que prepara empreendedores da área de tecnologia para o mercado foi apresentada por Antônio Rogério Souza, coordenador do Sinapse da Inovação, e Leandro Carioni, diretor executivo do Centro de Empreendedorismo Inovador (CEI) da Fundação Certi – a qual executa o programa em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (FAPESC) e com apoio do Sebrae naquele estado.

Eles apontaram que o programa surgiu em 2008, para unir a academia e os empresários em Santa Catarina, ao capacitar empreendedores com ideias inovadoras para lançarem-se e atuarem de forma planejada no mercado.

“O mundo acadêmico e o mundo empresarial são distintos, mas se completam. Cabe ao governo e parceiros construírem uma ponte para ligá-los, e é isso que o Sinapse da Inovação pretende. Às vezes, um empreendedor dentro da universidade pode ter a tecnologia, mas ainda faltam alguns elementos de negócio para realmente transformar isso em uma empresa. É nesse momento que entramos para ajudá-lo a colocar seu produto no mercado”, explicou Leandro Carioni.

Ao longo desses sete anos, o Programa Sinapse da Inovação ajudou a formar 300 empresas catarinenses, manteve conversas de troca de experiências com vários estados brasileiros e está, no momento, com um projeto piloto em Manaus, no Amazonas, firmando suas primeiras 50 empresas. É justamente essa expertise que Alagoas pretende trazer para os empreendedores do estado.

“O professor João Vicente, nosso diretor de Ciência, Tecnologia e Informação, esteve em Santa Catarina e conheceu o Sinapse, viu suas empresas e a forma de atuação do programa. Então ele articulou esse encontro aqui em Alagoas, mobilizou os parceiros e trouxe a equipe catarinense porque, se, nos anos 1990, dizíamos que queríamos ‘tropicalizar’, dar o toque brasileiro a algumas coisas, hoje nós queremos ‘alagoanizá-las’”, apontou o presidente da Fapeal, Fábio Guedes.

Por isso a presença de tantas instituições e pessoas chave no evento, para ajudar a consolidar o papel da ciência e tecnologia na contribuição ao desenvolvimento econômico do estado, como destacou Pablo Viana, secretário de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Secti).

“Aqui, estão talentos e parceiros que já se colocaram a nosso lado em outras ocasiões, então nos dirigimos a eles novamente para conhecer e debater essa iniciativa que certamente vai nos ajudar a traçar um plano de desenvolvimento para Alagoas, em uma estratégia que vai repercutir pelos próximos 10 a 15 anos”, disse Pablo Viana.

Iniciativa regional

Procurado pela Fapeal em busca de apoio para o debate e possível implantação do Sinapse da Inovação no estado, o Sebrae em Alagoas apoiou a ideia, enxergando no programa um sistema de apoio para que pessoas com boas ideias empreendam na área de inovação – em todos os setores, não necessariamente apenas na área de tecnologia, como apontou Ronaldo Moraes, diretor técnico do Sebrae no estado.

Ele vislumbrou uma aplicação maior da proposta, e convidou os Sebrae de Pernambuco e Paraíba para o evento de apresentação nessa quarta-feira. “Foi um convite já no intuito de fazer disso aqui uma ação regional. É uma proposta que cabe tranquilamente para todos os estados do Nordeste e, quem sabe, no futuro, ter também o apoio do Sebrae Nacional”, estimulou Ronaldo Moraes.

Para Fábio Oliveira, assessor técnico do Sebrae em Pernambuco, uma das motivações ao trabalhar com empreendedorismo e inovação em tecnologia é o desafio de estar atualizado e acompanhar as tendências desse mercado.

“Com essa motivação, viemos participar para ver como funciona a parceria do Sinapse da Inovação e entender, sobretudo, como o público é engajado nesse trabalho. Também queremos entender a forma como o Sebrae pode ajudar a levar para frente esse projeto”, pontuou Fábio.

Já Luiz Alberto Amorim, diretor técnico do Sebrae da Paraíba, veio ampliar o conhecimento que tinha sobre as iniciativas catarinenses, a exemplo do Sapiens Parque, em Florianópolis, e de outros trabalhos da Fundação Certi. Ele destacou que a proposta do Sinapse da Inovação dentro do Nordeste tende a ser algo muito bem sucedido.

“Ter pessoas criativas e ter pessoas que tenham a capacidade de transformar essa criatividade em negócio – essa é a grande oportunidade também para o Nordeste. O nordestino tem na sua natureza a característica de ser uma pessoa extremamente hábil até em função das adversidades que enfrenta, já que a lei da sobrevivência nos traz também essa competência”, defendeu Luiz Alberto.

De acordo com Leandro Carioni, o Sebrae de Santa Catarina é uma peça fundamental no Programa Sinapse da Inovação. Além de ser um dos financiadores, ele recebe os empreendedores e integrou o Sebraetec à capacitação das empresas atendidas.

Também estiveram presentes na Fapeal representantes do Gabinete Civil, Secretaria de Estado da Educação (SEE), Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Agência de Fomento de Alagoas – Desenvolve, Instituto Federal de Alagoas (Ifal), Centro Universitário Tiradentes (Unit), Centro Universitário Cesmac, Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Escola SESI, Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea) e Banco do Nordeste.

Programa Sinapse da Inovação

De forma dinâmica, o Sinapse da Inovação usa a teoria de jogos para fazer com os empreendedores dentro das universidades e centros tecnológicos aprendam a construir o seu plano de negócio, a melhorar sua tecnologia transformando-a em produto e a identificar e conversar com o primeiro cliente.

Além da resposta das empresas no mercado, o programa apresenta outros dois resultados de grande importância e impacto no estado de Santa Catarina: a promoção da cultura empreendedora, com estímulo à pesquisa nas universidades e centros de pesquisa e desenvolvimento, que asseguram soluções com impacto social, ambiental e tecnológico favorável para a sociedade; e o fato de que a maioria das empresas e produtos do programa atendem as demandas de modernização de outros setores empresariais, provocando a ampliação e melhoria da produtividade e da qualidade desses setores.