25/06/2021 9h44

Após meses em queda constante, endividamento volta a crescer em Maceió

De maio a junho, número de pessoas com dívidas subiu de 180 mil para 189 mil

Cartão de crédito ainda é um dos maiores vilões das finanças do maceioense

Depois de um início de semestre marcado pela queda constante do número de endividados em Maceió, o percentual de famílias com dívidas aumentou pelo segundo mês seguido e, em junho, chegou a 62%; voltando ao patamar médio do início do ano. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pelo Instituto Fecomércio AL em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (CNC), demonstra ainda que na comparação mensal, em termos absolutos, são quase 9 mil pessoas a mais com dívidas, saindo de 180.668 para 189.333 maceioenses.

De abril, último mês de queda, a junho, houve um acréscimo de 5,76% no percentual de endividados. Isso porque a partir de maio houve aumento no uso de cartão de crédito e na utilização de carnês, chegando a uma média 2,75%, quando somado ao desempenho de junho.

Para o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Victor Hortencio, a elevação do endividamento reflete o retorno do Auxílio Emergencial. “Ainda que em valores menores comparados aos de 2020, o auxílio impacta positivamente na economia, pois estimula a retomada do consumo, mesmo que a maior parte deste seja de itens considerados essenciais, como os alimentos”, avalia.

O economista aponta o avanço da vacinação como outro fator de estímulo ao consumo, uma vez que as pessoas vacinadas se sentem mais seguras para irem a ambientes de maior circulação, como os shoppings, restaurantes e supermercados. Além disso, o próprio Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) tem reflexo nesse aumento. “O BEm traz liquidez ao empresário e relativa segurança aos trabalhadores formais, pois ter um contrato reduzido ou temporariamente suspenso é menos danoso do que uma demissão e mantém estes trabalhadores numa margem possível de consumo. Por sua vez, os empresários, com uma folha de pagamento menor, podem renovar estoques ou realizar melhorias em seus estabelecimentos, por exemplo”, fala Victor.

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