08/03/2012 9h26

Participação feminina é majoritária entre clientes do Crediamigo. Mulheres alagoanas são destaques

Ranking do Banco Mundial aponta o Brasil entre os países com maior número de novas empreendedoras

 

Empreendedora Maria de Fátima, vencedora do VIII Prêmio BNB de Microcrédito

 

Assessoria/Banco do Nordeste

A professora Verônica Rolim de Souza transformou uma pequena turma de 15 alunos numa escola de sucesso em Major Lucas Moreira (PB). A costureira Irene Maria de Alencar tornou-se dona de fábrica de confecções e hoje garante o sustento de sua família, em Campos Sales (CE). Maria de Fátima Miranda fazia  flau e doces caseiros para sustentar a família. Hoje, é proprietária de uma mercearia e de uma escola, além de ter construído uma quadra poliesportiva, beneficiando os moradores do bairro do Tabuleiro dos Martins, em Maceió (AL).

Estas são apenas algumas das muitas histórias de mulheres empreendedoras que são casos de sucesso entre as clientes do maior programa de microcrédito produtivo orientado da América do Sul, o CrediAmigo, do Banco do Nordeste.

No ranking do Banco Mundial, o Brasil aparece entre os países com maior número de novas empreendedoras e, no Crediamigo, essa estatística se confirma. As mulheres já representam 66% da clientela do Programa, que tem mais de 1 milhão de clientes ativos.

“A tradição associativa das mulheres se adequa perfeitamente à metodologia do aval solidário, adotada pelo Programa. Além disso, elas tomam mais empréstimos e apresentam melhores índices de adimplência”, afirma a superintendente de Microfinança Urbana e MPE do Banco do Nordeste, Anadete Torres.

 

Segundo ela, em sua maioria, as clientes do Crediamigo são casadas, têm entre 36 e 50 anos, estudaram durante 9 a 11 anos, atuam no comércio, e têm renda de até R$ 600,00.

 

Criado em 1998, o Crediamigo facilita o acesso ao crédito a milhares de empreendedores urbanos, em sua maioria informais, que desenvolvem atividades relacionadas à produção, à comercialização de bens e à prestação de serviços.

A experiência do Crediamigo mostrou-se exitosa em diversos aspectos, trabalhando com sucesso a metodologia do grupo solidário, a orientação empresarial e financeira e o desenvolvimento dos empreendedores através de uma equipe de Assessores de Crédito motivada e competente.

O Programa tem mais de R$ 1 bilhão de carteira ativa, já tendo realizado mais de 10,1 milhões de operações e tendo desembolsado mais de R$ 11,1 bilhões em operações que vão de R$ 100,00 a R$ 15.000,00.

 

Em 2011, o Crediamigo realizou 2,2 milhões de operações com valor desembolsado de quase R$ 3,0 bilhões, representando crescimento de 44,0% em relação ao ano de 2010 quando foram desembolsados R$ 2,1 bilhões. O crescimento da Carteira Ativa foi de 54,2% chegando a um saldo de R$ 1,1 bilhão. A quantidade de Clientes Ativos cresceu 41,8% passando de 737,8 mil ao final de 2010 para 1 milhão ao final de 2011.

 

Em Alagoas, o Programa cresceu 43,1% no ano passado, com desembolsos da ordem de R$ 158,2 milhões, em mais de 110.647 operações de crédito com microempresários do Estado.

A inadimplência dos financiamentos ficou em 0,8% ao final de 2011. A capacidade operacional do Crediamigo vem crescendo a cada dia alcançando uma média de 8.952 operações contratadas diariamente durante 2011, o que significa um crescimento de 37,1% em relação à média diária de 6.530 operações durante o ano de 2010.

 

Veja alguns casos de sucesso de clientes mulheres do Crediamigo

 

Professora ultrapassa barreiras

Tudo começou com o sonho de uma jovem portadora de deficiência que desejava ser professora. Apesar de conhecer bem as dificuldades que enfrentaria, Verônica Rolim de Souza foi em frente. Estudou e conseguiu se formar em Pedagogia! Em 2000, com diploma na mão, alugou uma casa simples e formou a primeira turma, com apenas 15 alunos.

Instalada em um bairro simples, Verônica buscou contribuir com a comunidade de Major Lucas Moreira (PB) e facilitar o acesso das crianças às aulas, cobrando baixas mensalidades. Com o tempo, a escolinha foi ganhando fama e logo teve que contratar mais uma professora para dar aulas à segunda turma.

Em agosto de 2004, a convite de amigas, ela participou pela primeira vez do crédito solidário do Crediamigo, retirando o valor de R$ 400. Já em 2005, o pai da professora, com muito sacrifício, comprou um terreno para construir a escola, que recebeu o nome de “Menino Maluquinho”.

Nesta época, já havia quatro funcionários e um total de 25 alunos. Mas a estrutura da escola ainda era bem simples, com duas salas de aula e um único banheiro. Com o financiamento do Crediamigo, ela pôde fazer diversas melhorias nas instalações físicas.

Hoje, a escola possui 90 alunos, sete funcionários e um total de seis turmas, funcionando no período da manhã e da tarde. Com mais um “empurrãozinho” do Programa, Verônica adquiriu quatro computadores para as aulas de informática. A próxima meta é a aquisição de um veículo escolar!
 

Costura garante sustento da família

 

Com apoio da mãe costureira, Irene Maria de Alencar começou, aos 14 anos, a costurar as primeiras peças. Em 1990, fez um curso de corte e costura, comprou uma máquina e começou a fabricar peças íntimas. Nessa época, além de costurar, complementava a renda fazendo serviços de manicure e cabeleireira.

Em 1994, quando chegou a Campos Sales (CE) vinda do Espírito Santo, começou a prestar serviço para duas costureiras da cidade. Pouco tempo depois, decidiu trabalhar por conta própria. Ganhou três máquinas da mãe, comprou tecidos e passou a fabricar vários tipos de confecção, além de revender roupas compradas em Caruaru (PE).

Em 2000, comprou um terreno no centro da cidade e construiu um imóvel, com sua residência no piso superior. No ano seguinte, Maria Alencar, juntamente com outras amigas, conheceu o Crediamigo e formou o primeiro grupo solidário do município de Campos Sales. Com o crédito, ampliou a variedade de produtos, melhorou a qualidade das peças e contratou novos funcionários. A fim de diferenciar, decidiu trabalhar com bordados e solicitou ao Crediamigo investimento para uma máquina apropriada.

Diante da grande demanda por serigrafia e do potencial que o município possui para o segmento, ela inovou, novamente, e decidiu trabalhar também no setor.

Hoje, Maria Irene é uma das melhores costureiras do município e de toda a região, possui sete funcionários com carteira assinada – cinco na linha de produção e dois no atendimento –, e conquistou clientela fidelizada, inclusive em outros estados do Brasil.

Com os lucros da atividade, a empreendedora comprou a atual loja e ampliou para dois prédios, a fim de armazenar as mercadorias, tecidos e máquinas. Além disso, adquiriu outros bens, como apartamentos, terrenos e veículo.

Preocupada com a reciclagem, Irene trabalha com base nos princípios socioambientais. Os retalhos são utilizados para produção de tapetes e estopas, e os tubos de linha são doados para artesãs da comunidade.

De vendedora de flau à multiempresária

Mercearia, quadra poliesportiva e uma escola. Esses são os empreendimentos de dona Maria de Fátima Miranda, que mora no bairro do Tabuleiro dos Martins, em Maceió (AL). Para chegar a esse estágio de sua vida profissional ela contou com o apoio do Crediamigo.

Tudo começou com um crédito de R$ 600,00, quando iniciou no Programa, em 2002, por meio do aval solidário. A microempresária vendia flau, pães e doces caseiros para sustentar a família, após a falência da empresa em que o marido trabalhava. Com apoio do Programa, passou a investir em melhorias e capacitação.

Seus lucros aumentaram em mais de 30% e ela conseguiu passar para um ponto comercial, já que antes o estabelecimento funcionava na própria residência. Com os constantes empréstimos do Programa, ela ampliou o número de pontos de venda para dois e a atuação em outro bairro, além do que reside.

Atualmente, dona Maria de Fátima possui três funcionários e é uma referência na comunidade. Com um histórico impecável de 37 financiamentos com o Crediamigo sem um único dia de atraso, suas vendas mensais rendem entre R$ 5 mil a R$ 10 mil.

Através do sucesso do empreendimento, ela comprou dois terrenos que foram transformados numa quadra poliesportiva (considerada um ginásio pela vizinhança), e numa escola, que é administrada por sua filha, beneficiando ainda os moradores locais.

A microempresária destaca a metodologia do Programa e a orientação que os clientes recebem no planejamento orçamentário dos empréstimos.

 

Deixe o seu comentário