08/05/2019 17h41

Papéis caem na bolsa e venda esfria para holandeses após CPRM responsabilizar Braskem no caso Pinheiro

Empresa já está sendo cobrada na Justiça a desembolsar o valor de R$ 6,7 bilhões para indenizações aos moradores por prejuízo emocional, social e financeiro

Thales Sampaio, da CPRM, apresentou o tão esperado relatório sobre a instabilidade do solo do Pinheiro

 

A Braskem sentiu o impacto do relatório final da CPRM – Serviço Geológico do Brasil – confirmando a extração do mineral sal-gema responsável pelas subsidência (afundamento do solo), pelas rachaduras e fissuras de avenidas e ruas, e, principalmente, de imóveis residenciais e comerciais dos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro, em Maceió. O preço das ações na B³ iniciou o dia em alta a R$ 44.35, mas virou para baixo reflexo das possíveis indenizações bilionárias para reparo emocional e financeiro aos moradores, além do esfriamento da venda para o grupo holandês LyondellBassell. O papel fechou a R$ 43,75 com queda de 0,73%, com a divulgação do laudo, embora o mercado financeiro tenha operado o dia e fechado em alta.

O Ministério Público Estadual (MPE) e a Defensoria Pública Estadual (DPE), agora, em posse do resultado do laudo conclusivo da CPRM, vão solicitar à Justiça, o bloqueio de R$ 6,7 bilhões direcionado para o pagamento de indenizações às famílias atingidas.

Hoje, já está bloqueado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (TJ/AL), o montante de R$ 2,7 bilhões de dividendos originários do lucro líquido do ano de 2018 a ser distribuído aos acionistas pela Braskem. O MPE e a DPE estão trabalhando em conjunto buscando o complemento dos recursos da causa.

O presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (TJ/AL), Tutmés Airan, disse nesta quarta-feira que vai intermediar o diálogo e o consenso entre a empresa e os moradores dos bairros para solucionar o caso, pois abrange milhares de famílias.

De acordo com o desembargador as pessoas afetadas irão buscar os caminhos do Judiciário para responsabilizar a Braskem pelos danos, sejam materiais, sejam emocionais ou morais. “A gente tem plena consciência de que essa vai ser uma demanda de massa. Então, acho que seria importante a Braskem sentar com as pessoas que tiveram suas vidas afetadas no sentido de estabelecer a solução para esse conflito”, disse o presidente.

Ainda segundo Tutmés Airan, o Judiciário de Alagoas vai fazer o que estiver ao seu alcance para que o conflito entre as partes seja resolvido da maneira mais rápida possível. “Vou conversar com a empresa para que montemos uma grande mesa de mediação, para que a gente possa virar essa triste página da história de Maceió”.

 

 

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