18/01/2016 8h50

Nível de endividamento dos maceioenses volta a subir e supera a média nacional. Inadimplência também cresce

Endividamento abrange mais consumidores que recebem menos de 10 salários mínimos estão muito mais endividados do que aqueles que recebem acima dessa faixa (24,5% ante 4,7%)..

Endividamento sobe na capital alagoana

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) sinaliza que as famílias da capital alagoana voltaram a consumir e a se endividar, em dezembro. Os dados do levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) realizado em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), indicam que o nível de endividamento dos maceioenses está acima da média nacional; 68,9% ante 61,1% da média brasileira. Deste total, 35% estão com suas dívidas em atraso e 19,2% não possuem condições de pagar, tornando-se inadimplentes.

Para o Instituto Fecomércio, as festas de final de ano e a consolidação da “Black Friday” sempre aos fins de novembro, inclusive no mercado local, fizeram com que os consumidores voltassem a fazer compras e, consequentemente, dívidas após nove meses consecutivos de queda dos níveis de consumo.

Dos 68,9% endividados, 23,3% se consideram muito endividados em relação à sua renda; 22,2% endividado moderadamente; e 23,4% pouco endividado. Quando analisado por faixa de renda, consumidores que recebem menos de 10 salários mínimos estão muito mais endividados do que aqueles que recebem acima dessa faixa (24,5% ante 4,7%).

O cartão de crédito é a sua principal fonte de dívida para 84,4% dos consumidores, seguido dos carnês de lojas (10,1%) e do crédito pessoal (7,1%). Os indicadores superam a média nacional, na qual o endividamento via cartão de crédito responde por 78,3% das contas, seguido pelos carnês de lojas (16,7%) e o financiamento de carros (12,9%). “A estrutura da dívida alagoana difere apenas no maior uso de empréstimos pessoais, o que pode salientar que os consumidores alagoanos estão com dificuldade de fechar suas contas devido ao aumento de preços na cesta alimentar, nos preços administrados pelo governo e, também, no salário mínimo, o que tende a repercutir nos custos de diversos serviços, entre eles, os serviços educacionais”, avalia Felippe Rocha, assessor econômico da Fecomércio.

No contexto geral, dentre os endividados 50,8% estão com contas em atraso. A faixa de renda abaixo a 10 Salários Mínimos (SM) tende a atrasar mais os pagamentos: 53,9%. Na faixa de renda superior a 10 SM, esse percentual é de 46,1%. “Uma preocupação apontada pela pesquisa refere-se às condições de pagamento das dívidas em atraso, pois 54,9% dos entrevistados indicaram não ter condições de pagar os débitos. Apenas 9,2% terão condições de quitar integralmente suas dívidas”, ponderou Felippe.

Em relação ao tempo de pagamento em atraso, 61,5% das dívidas estão vencidas há mais de 90 dias; 22,3% com atraso entre 30 a 90 dias e 14,9% em atraso de até 30 dias. O período de comprometimento com dívidas das famílias de Maceió, em sua grande maioria, está entre três e seis meses (39,1%). Entre seis meses até um ano é o período de endividamento para 17% das famílias da capital e, para uma parcela de 19,2%, dívidas de até três meses. Nesse período endividamento, 38,3% comprometem entre 11% a 50% da renda para pagamento das dívidas; 14% comprometem no máximo 10% dos rendimentos e apenas 3,9% possuem dívidas que acabem comprometendo sua renda em mais de 50% do seu salário.

Analisando esse quadro, o especialista acredita que as dívidas atuais e as contas costumeiras de início do ano impactarão no consumo. “Devido ao aumento do endividamento e da inadimplência encerrando o ano de 2015, espera-se que a virada de ano seja de um consumo menor para as famílias alagoana devido ao pagamento de contas, tais como IPVA, IPTU, matrículas escolares e outras despesas. Tais fatores reduzirão o poder de consumo das famílias nesse início de ano”, assevera Felippe.

 

 

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