17/08/2012 16h04

Campanha deve aumentar número de doses de vitamina A

Crianças de seis meses a menores de cinco anos podem receber a dose; campanha tem início neste sábado,18

Crianças receberão dose de vitamina A
Danielle Cândido/Assessoria
Fotos: Carla Cleto
A oferta de suplemento de vitamina A às crianças de seis meses a menores de cinco anos vai integrar a campanha para atualizar a caderneta de vacinação de Alagoas, que tem início neste sábado (18). As mesmas unidades de saúde e os profissionais da Campanha de Multivacinação serão utilizados para otimizar o atendimento, que prossegue até o dia 24 de agosto.

O público alvo da oferta do suplemento da vitamina A, são as crianças de seis a 11 meses e crianças de 12 a 59 meses. A frequência da dosagem é de uma vez a cada seis meses e pesquisas apontam que a vitamina A contribui em 23% na redução da mortalidade infantil. A suplementação contribui ainda para reduzir a gravidade das infecções, mantém a saúde da visão e o pleno desenvolvimento cognitivo, além de ser fundamental para o crescimento saudável das crianças.

A gerente de Nutrição da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Maria Amália Alencar, explicou que o corpo não fabrica vitamina A, mas armazena as porções ingeridas de modo a criar uma reserva em caso de necessidade.

“A deficiência da vitamina A é responsável por uma série de problemas de saúde, que prejudica o crescimento e o desenvolvimento da criança; gera dificuldade de enxergar no escuro e ainda a cegueira irreversível nas crianças; aumenta a gravidade de infecções comuns, como a diarreia e infecções respiratórias; e também cresce o número da mortalidade infantil”, explicou.

Para evitar essa deficiência, conhecida por hipovitaminose A, a gerente da Sesau pontuou que é necessário ingerir produtos animais, como leite humano, carnes, fígado, óleos de peixe, gema e leite integral. A vitamina A é encontrada também em vegetais folhosos verde-escuro (espinafre e folhas novas de vários vegetais), vegetais amarelos (abóbora e cenoura) e frutas não cítricas amarelas e laranjas (mangas, pêssego e mamão), além de óleos e frutas oleaginosas (buriti, pupunha, dendê e pequi).

Com o objetivo prevenir e tratar a deficiência dessa vitamina é importante incentivar o aleitamento materno, orientar a família para o aumento do consumo de alimentos que contenham vitamina A, incentivar a produção de alimentos ricos em vitamina A através de hortas domésticas e encaminhar os casos que apresentem sintomas da carência para o médico.

“A falta de tratamento e a não ingestão de alimentos ricos em vitamina A ocorre no aparecimento de manchas de cor esbranquiçada nos olhos. A partir daí, se a criança não for encaminhada a um médico para o tratamento medicamentoso, aparecem, nos olhos, feridas (úlceras) que escamam e depois formam cicatrizes. Essa doença se chama queratomalácia e causará a cegueira irreversível nos olhos da criança”, explicou a nutricionista Maria Amália Alencar.

Programa – A medida faz parte do Programa Brasil Carinhoso, lançado em maio deste ano, e  tem como meta a superação da extrema pobreza na primeira infância. Em Alagoas, o programa Nacional de Suplementação de Vitamina A foi implantado em 1998, nos 102 municípios, para atender a todas as crianças com idade entre seis e 59 meses. Em 2001, o Ministério da Saúde ampliou o programa para atendimento às puérperas por meio da suplementação no pós-parto imediato, nas maternidades da Região Nordeste.

A criança deve receber duas doses anuais (via oral), uma a cada seis meses. Cada município deverá adotar a sua estratégia para a identificação das crianças, que serão atendidas e rotineiramente acompanhadas.

A identificação pode ser por demanda espontânea nas unidades de saúde (durante as consultas regulares do Crescimento e Desenvolvimento Infantil); por busca ativa (por meio dos Agentes Comunitários de Saúde e Equipes Saúde da Família); ou por meio da indicação de parceiros que atuam na prevenção e controle dos distúrbios nutricionais, como, por exemplo, os líderes da Pastoral da Criança.

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