O presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac Alagoas, Adeildo Sotero, recebeu na tarde desta quinta-feira (12), a cônsul-geral da Argentina no Recife, Julieta Grande, na sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL). O objetivo da visita foi buscar apoio da entidade para aproximar os interesses comerciais de empresários alagoanos e os argentinos, seja por meio de importações ou exportações.
“O Nordeste não é só praia. Essa é a mensagem que eu estou levando para a Argentina. E, por sua vez, trazer todas as oportunidades de parceria, sobretudo comercial, que a Argentina pode oferecer”, afirmou a cônsul-geral ao se referir ao Nordeste como uma terra de oportunidades. Economista de formação, Julieta Grande disse que sua atuação no consulado é bem orientada para a parte de geração de recursos. Para isso, o país hermano vem construindo pontes entre o setor privado comercial do Brasil e o setor privado da Argentina, recebendo diariamente demandas de empresários brasileiros sobre importação e exportação, bem como esclarecendo dúvidas sobre questões comerciais e tributárias, entre outras. Como o Consulado da Argentina no Recife cuida de todos os estados nordestinos, esse trabalho vem sendo feito na região. Em alguns estados, essa relação vai mais para o comércio e, em outros, mais para o turismo, segundo disse Grande. “Parte do intuito aqui em Alagoas é entender aonde a gente pode fortalecer as parcerias; ver as possibilidades que tem no comércio, tanto dos produtos que são o carro-chefe mais conhecido da Argentina, que é o agronegócio, os queijos, carnes e tal, mas também pensando no desenvolvimento de outros setores”, explicou.
Para o presidente do Sistema Fecomércio AL, a visita fortalece os laços de amizade e cooperação entre países, especialmente para Alagoas. “Gostaria de expressar nosso desejo de que esta visita seja um reforço da relação institucional que já existe, mas, também, o início de novas parcerias e oportunidades de intercâmbio entre nossos setores comerciais, culturais e turísticos. Estamos certos de que poderemos construir um futuro próspero de trabalhos”, afirmou.
POSSIBILIDADES
Para que se possa direcionar melhor a parceria, será preciso analisar o mercado para compreender as demandas do empresariado, principalmente no segmento Comércio. Neste primeiro momento, uma possibilidade de parceria sugerida pela Fecomércio foi no sentido de orientação jurídica aos empresários argentinos que desejarem investir em Alagoas. “Nós podemos auxiliá-los a entender as relações de trabalho do Brasil. Temos uma especificidade muito grande que é nossa legislação trabalhista federal, mas nós temos as convenções coletivas que regionalizam, criam e expandem direitos. Por meio do núcleo sindical e do núcleo jurídico, podemos ajudar aqueles que querem fazer algum tipo de investimento a se capacitar dentro das leis e das normas que regem as relações de trabalho. Não só de trabalho, mas as relações de empreendedorismo”, falou Pedro Leão, assessor jurídico da federação.
Já no Turismo, como Alagoas tem uma vocação natural, esse caminho pode ser encurtado. Entre as possibilidades, uma cooperação entre o Senac Alagoas e o consulado começou a ser desenhada, podendo ser tanto na área de gastronomia como no ensino de línguas, especificamente o espanhol. “No período da pandemia, tivemos que fechar a unidade de idiomas, mas para 2025, já estamos reestruturando a oferta de cursos. Basicamente o inglês e o espanhol nós vamos retomar a partir do primeiro semestre e, posteriormente, seguir para a captação de um espaço exclusivo de idiomas, como já tivemos em anos passados”, disse Sandro Diniz, diretor interino do Senac Alagoas.
O turismo também é uma alavanca para outras atividades que têm relação com comércio e serviço. E, em Alagoas, vai além das praias, alcançando o interior com experiências de turismo rural, de aventuras, de eventos e religioso, sendo auxiliado pelo clima e pela capacidade de receptividade, segundo falou Tatyana Oliveira, consultora econômica do Instituto Fecomércio. Trazendo um panorama geral da economia e relembrando a menção de Julieta Grande ao agronegócio argentino, ela reforçou que alguns municípios alagoanos já trabalham com uma indústria ligada ao próprio comércio, a exemplo de Teotônio Vilela que produz utilizando insumos da terra e vende snacks mais naturais. “A gente tem visto essa capacidade, mas falta muita coisa ainda. É preciso investir em pesquisa e desenvolvimento e se organizar mais dentro da infraestrutura existente para preparar essas novas janelas de oportunidade, porque a gente tem visto a própria economia criativa nascer com força, buscando no esporte, no lazer e na cultura toda uma capacidade de exploração”, observou.
Participaram do encontro o diretor financeiro e o conselheiro da Fecomércio, respectivamente Manoel Baía e José Carlos Medeiros; o diretor regional do Sesc AL, Carlos Pessoa; o superintendente Allan Souza e a assessora legislativa Cláudia Pessôa, ambos da Fecomércio; e o consultor econômico do Instituto Fecomércio AL.