22/08/2013 8h39

Pesquisa indica que empresários do comércio de Maceió estão mais confiantes

Mas na análise do Instituto Fecomércio, o avanço dos indicadores ainda não é suficiente para estabelecer um clima de otimismo

Consumidores ainda andam apenas olhando sem realizar compras

 

O Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD) avalia as expectativas econômicas dos empresários do setor do comércio de Maceió. A análise tem como base a pesquisa do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Apesar de a pesquisa ser realizada mensalmente, é a primeira vez que o Instituto a avalia.

No levantamento deste mês, os dados indicam que houve melhora nas expectativas dos empresários, já que o ICEC avançou 4,5% entre julho e agosto, saltado de 114,8 para 120 pontos.

 Composto por três índices – Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC); Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC); e Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) – o ICEC varia de 0 a 200 pontos, sendo que acima de 100 a expectativa é considerada positiva. E cada um destes três índices é composto por outros indicadores que dão uma visão mais aproximada sobre a situação e expectativas dos empresários do setor de comércio.

No cenário geral, depois de uma redução em todos os indicadores entre os meses de junho e julho repercutindo com mais intensidade no ICAEC, praticamente todos melhoraram em agosto. As exceções ficam com os indicadores de Condições Atuais do Comércio (CAC), que recuou 8,6%; de Nível de Investimentos das Empresas (NIE), com queda de 2,5%, e da Situação Atual dos Estoques (SAE), o qual recuou 1,3%.

O destaque fica por conta por uma significativa melhora nas Condições Atuais da Economia (CAE), que cresceu 17%, mesmo resultado verificado para o Indicador de Contratação de Funcionários (IC). Entretanto, de acordo com o levantamento, o clima é de pessimismo em relação ao IACEC, já que o mesmo se encontra abaixo dos 100 pontos.

Reflexos

Na análise do Instituto Fecomércio (IFEPD) os dados indicam que as expectativas do empresário do comércio em Maceió podem ter melhorado em razão do arrefecimento dos índices inflacionários, que estiveram fortemente pressionados nos primeiro quadrimestre do ano. Porém, o avanço dessas expectativas ainda não é suficiente para estabelecer um clima de otimismo, sobretudo sobre a situação atual da economia.

Em relação aos indicadores que não evoluíram (CAC, NIE e SAE), eles podem se referir ao período de desaceleração das vendas de comércio na passagem do primeiro semestre para o segundo, movimento natural para o período do ano com efeitos sazonais nas atividades comerciais. Por essa razão, na visão dos empresários as condições atuais do comércio, dos investimentos e dos estoques estão desfavoráveis. Some-se a essa situação o movimento de elevação do câmbio, o que tem fortes implicações nos preços das importações de mercadorias que abastecem uma parcela significativa do comércio varejista de Maceió.

Para o IFEPD, a situação melhora nas empresas com mais de 50 empregados. Nesse ambiente, o ICEC é de 127,9 pontos, enquanto nas empresas com até 50 empregados ele alcançou 119,8 pontos. Por grupo de atividade, os empresários do comércio de bens de consumo não-duráveis estão mais otimistas (124 pontos), seguidos pelos empresários do comércio de bens semi-duráveis (120,3 pontos) e duráveis (117,5 pontos).

O Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) apresentou um quadro de pessimismo nos três grupos de atividades, com destaque para o resultado desfavorável do comércio de bens de consumo duráveis.

Esses resultados indicam que as medidas de contenção dos níveis inflacionários, sobretudo a elevação da taxa de juros, acabam afetando as expectativas dos empresários do setor para qual o crédito é uma das principais alavancas das vendas, como é o caso dos bens duráveis e semi-duráveis. Por essa razão o pessimismo acentua-se na Situação Atual dos Estoques (SAE) – 98,2 pontos e 92,2 pontos, respectivamente. Contribui para este cenário a já mencionada elevação do dólar norte-americano, a qual traz implicações diretas ao comércio local porque muitos dos empresários dependem das compras feitas no exterior para abastecer o mercado da capital. Essas compras em níveis de preços mais elevados estão provocando pressões sobre os custos empresariais, o que pode afetar as vendas do setor.

 

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