09/08/2019 9h05

Ficth: Brasil precisa ir além da Reforma da Previdência

A agência de classificação de riscos aponta a necessidade de o país tomar medidas fiscais adicionais para alcançar a meta de equilíbrio no endividamento

G1

A reforma da Previdência será insuficiente para reduzir significativamente os déficits fiscais no curto prazo e estabilizar a dívida pública, apontou a Fitch Ratings em relatório nesta quinta-feira (8). A agência de classificação de riscos aponta a necessidade de o país tomar medidas fiscais adicionais para alcançar a meta de equilíbrio no endividamento.

Para a Fitch, a aprovação da reforma da Previdência em segundo turno na Câmara dos Deputados  sinaliza um amplo consenso político a favor das reformas. Marca ainda um importante passo na direção de endereçar um ponto chave para reduzir as incertezas da política fiscal.

Como consequência, o avanço deve ajudar a elevar a confiança de investidores e das empresas por sinalizar que a classe política é capaz de aprovar legislações complexas, mas necessárias para controlar as pressões fiscais de longo prazo.

Os analista, porém, fazem um alerta: “A reforma da Previdência por si só é insuficiente para estabilizar o peso da dívida do governo e haverá necessidade de reformas adicionais para impulsionar as perspectivas de crescimento”.

A expectativa é que o crescimento do déficit primário do governo geral, de 1,6% do PIB em 2018, não se estabilize nos próximos dois anos. A economia com a reforma da Previdência pode não levar a uma aceleração significativa no ritmo gradual da consolidação fiscal.

Um crescimento do PIB mais elevado, que resulte em receitas mais altas, a retirada de desonerações tributárias e medidas adicionais para assegurar o cumprimento da regra do teto seriam importantes para uma diminuição da taxa de gastos primários sobre o PIB. Seriam medidas necessária para o Brasil alcançar um superávit primário capaz de estabilizar e reduzir a relação dívida pública/PIB, considera a Fitch.

Há fatores estruturais que desafiam uma recuperação mais rápida da economia: a baixa taxa de investimentos, o custo de fazer negócios no Brasil, a alta da dívida pública e a desalavancagem do setor privado. Além disso, os preços das commodities não devem subir de maneira intensa a ponto de impulsionar a entrada de recursos e a demanda doméstica, avaliam os analistas.

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