18/05/2017 13h02

Mercado financeiro desaba com provável queda de Temer

Analistas emitem sinais para as empresas e os investidores estrangeiros que se afastem do Brasil

G1

As ações preferenciais da Petrobras abriram as negociações desta quinta-feira (18) na bolsa de valores de São Paulo com queda de 18%, em meio a uma queda generalizada no dia seguinte à notícia de que os donos da JBS fizeram uma delação que envolve o presidente Michel Temer.

Os títulos do banco Itaú, que possuem o maior peso no índice Ibovespa, também registravam baixa de 18%. Ainda no segmento financeiro, o Bradesco recuava 17%. A própria JBS perdia 14% no mesmo horário.

Depois de poucos minutos, o pregão foi interrompido, pelo chamado “circuit breaker”, que é acionado quando o Ibovespa perde mais de 10%. Os negócios foram paralisados por 30 minutos.

No retorno, as perdas foram reduzidas. Por volta das 11h30, as ações da Petrobras operavam em baixa de 11%, Itaú tinha queda de 9%, Bradesco perdia 10% e JBS amargava 12%.

Cemig 

A maior queda na abertura foi registrada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), com 41%. O ex-diretor da empresa Frederico Pacheco de Medeiros foi preso pela manhã, depois de ter seu nome citado como receptor de malas de dinheiro da JBS a pedido do senador Aécio Neves (PSDB).

No entanto, os papéis preferenciais da Cemig praticamente zeraram as perdas no retorno das negociações e operavam com baixa de apenas 0,2%, em relação ao fechamento do dia anterior.

JP Morgan corta recomendação

De acordo com a agência Reuters, o banco de investimentos JP Morgan cortou a recomendação para as ações brasileiras para neutra, dizendo que as reformas no país podem estar em risco após as denúncias envolvendo Temer.

“Ainda que a tendência positiva para crescente atividade econômica e taxas de juros mais baixas deva persistir, nós rebaixamos taticamente as ações brasileiras de overweight para neutra em meio à percepção de risco maior de execução para aprovação das reformas”, escreveram estrategistas do JP Morgan liderados por Pedro Martins Junior em nota.

O JP Morgan informou que as incertezas decorrentes do escândalo devem levar os investidores a reduzir a exposição a ações sensíveis às taxas de juro e ao crescimento, bem como elevar o peso de ações fora do setor financeiro, de matérias-primas e papéis defensivos atrelados ao dólar.

Exterior

Fora do Brasil, as ações de empresas europeias com exposição ao Brasil, incluindo o grupo varejista francês Casino e as operadoras Telefónica e Telecom Italia, caíam acentuadamente nesta quinta-feira, reagindo às denúncias.

Nos Estados Unidos, o principal índice ETF tinha baixa de mais de 16% no pré-mercado norte-americano.

Mais cedo, o Banco Central informou que está sendo monitorado o impacto das informações recentemente divulgadas e que “atuará para manter a plena funcionalidade dos mercados”.

A Secretaria do Tesouro Nacional também informou, por meio de nota à imprensa, que “adotará as medidas necessárias para assegurar a plena funcionalidade e a adequada liquidez dos mercados”.

TAGS:

Deixe o seu comentário