31/05/2017 18h22

BC reduz 1 ponto percentual da Selic, mas sinaliza cautela no futuro

Juros recuaram ao menor patamar desde o início de 2014, ou seja, em três anos e meio

G1

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira pela sexta vez seguida nesta quarta-feira (31), de 11,25% para 10,25% ao ano.

Com a decisão de baixar a taxa Selic em um ponto percentual, o BC manteve o mesmo ritmo da reunião anterior, realizada em abril, e os juros recuaram ao menor patamar desde o início de 2014, ou seja, em três anos e meio.

Antes da crise política gerada pela delação de executivos da J&F, empresa que controla o frigorífico JBS, e que levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a autorizar a abertura de inquérito para investigar o presidente Michel Temer, parte do mercado financeiro apostava em um corte maior na Selic, de 1,25 ponto percentual.

Porém, após o início da nova crise política, os analistas ajustaram suas apostas e passaram a prever, em peso, uma redução menor, para 10,25% ao ano – que se confirmou.

A previsão do mercado financeiro é que a taxa básica de juros da economia continue recuando nos próximos meses e chegue a 8,5% ao ano no final de 2017.

Entretanto, o BC sinalizou que deve promover reduções menores de juros no futuro por conta do aumento das tensões políticas, incorporadas ao chamado “cenário básico”.

“Em função do cenário básico e do atual balanço de riscos, o Copom entende que uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária em relação ao ritmo adotado hoje deve se mostrar adequada em sua próxima reunião. Naturalmente, o ritmo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”, informou.

Acrescentou entender que o “aumento recente da incerteza associada à evolução do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira dificulta a queda mais célere das estimativas da taxa de juros estrutural e as torna mais incertas. Essas estimativas continuarão a ser reavaliadas pelo Comitê ao longo do tempo”.

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