02/04/2017 11h46

Nova política do BNDES elimina incertezas sobre TJLP

Essa nova política prevê a criação de uma nova taxa de juros: a Taxa de Longo Prazo

Agência Alagoas

A nova política de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciada nesta sexta-feira (31) vai reduzir o grau de incertezas das operações de crédito do banco, disse a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques.

Essa nova política prevê a criação de uma nova taxa de juros, a Taxa de Longo Prazo (TLP), que terá ‘juros de mercado’, diferentemente da taxa atual, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que é considerada uma taxa incentivada.

 Essa nova política prevê a criação de uma nova taxa de juros, a Taxa de Longo Prazo (TLP), que terá ‘juros de mercado’, diferentemente da taxa atual, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que é considerada uma taxa incentivada.

Segundo o banco, nova TLP tem “metodologia clara e a mercado”, que dá mais previsibilidade sobre o sistema de crédito. “A TJLP é decidida de uma maneira quase discricionária. Ela não tem uma regra muito clara. Com isso, ela tem uma volatilidade muito grande ao longo do contrato.”

Maria Silvia diz que os contratos novos terão um grau de segurança muito maior, que permitirá ao tomador de crédito ter mais previsibilidade em seus planejamentos financeiros.

Transição

A presidente do BNDES esclareceu que a TJLP será mantida como taxa de juros para todos os contratos que forem enquadrados até 31 de dezembro deste ano, mesmo que a contratação ocorra somente no ano que vem.

Segundo o BNDES, o estoque em contratos atrelados à TJLP era de R$ 664 bilhões em 31 de dezembro de 2016. Desse total, R$ 512 bilhões correspondem a operações já contratadas e desembolsadas. Os outros R$ 152 bilhões são equivalentes a operações enquadradas, em análise e contratadas e ainda não desembolsadas.

A executiva ponderou que “na cabeça das pessoas, a TJLP só anda para baixo e as taxas de mercado só para cima. Nem uma nem outra são verdadeiras”. Ela afirmou que a mudança vai permitir taxas menores nos novos contratos. A queda ocorrerá porque a nova taxa considera a inflação e o rendimento real da das Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B). As perspectivas dos economistas é de queda para as duas taxas.

Segundo ela, a vantagem do crédito do BNDES em relação aos bancos privados é que a taxa de juros será única ao longo de todo o contrato.

Questionada se a nova taxa de juros reduzirá a demanda por crédito do BNDES, Maria Silvia disse que a demanda depende do crescimento da economia. “O que impacta a demanda por crédito é principalmente as expectativas de crescimento da economia. E nós vemos já alguns sinais de retomada [da economia]. O cenário econômico, o ambiente de negócios, melhorou muito nos últimos meses”.

Para o banco, a mudança permitirá que os contratos sejam precificados e aumenta a flexibilidade do banco para securitizar créditos – ou seja, vender suas carteiras no mercado e antecipar recebíveis – e constituir fundos de investimentos.

O diretor de Operações Indiretas e Comércio Exterior do banco, Ricardo Ramos, enfatizou que a mudança da política de juros tem “a premissa básica é que o país vai dar certo”.

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