27/02/2014 10h16

Economia brasileira surpreende mercado e cresce 2,3% em 2013

PIB teve um avanço de 0,7% frente o trimestre imediatamente anterior e 1,9% em relação ao mesmo período de 2012

IG

A economia brasileira surpreendeu o mercado e cresceu 2,3% em 2013 frente ao ano anterior, totalizando R$ 4,84 trilhões. A divulgação do principal número da economia brasileira, o Produto Interno Bruto (PIB), que mede tudo o que foi produzido dentro do País, foi feita nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No quarto trimestre do ano passado, o PIB teve um avanço de 0,7% frente o trimestre imediatamente anterior e 1,9% em relação ao mesmo período de 2012.

O ex-diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, João Sicsú, considera o desempenho da economia “bastante satisfatório”. O setor mais pujante foi o de serviços, que avançou 2,0%, representando 69,4% do PIB.

O PIB da agropecuária aponta um avanço de 7,0% (expectativa 3%) para o setor, o que representa 5,7% do PIB, enquanto a indústria cresceu 1,3%, que respondeu por 24,9%.

Pelo lado dos gastos, todos os componentes de demanda interna sinalizam crescimento no quarto trimestre. Nos dados do ano, destaque fica por conta do crescimento de 6,3% da formação bruta de capital fixo, puxado pela produção de máquinas e equipamentos. O consumo das famílias volta a crescer pelo 10º ano consecutivo, 2,3%. O consumo da administração pública cresceu 1,9%.

O crescimento é melhor que o publicado no ano passado – em 2012, o Brasil cresceu 0,9%, o menor avanço em três anos. “Agora estamos bem longe de uma crise”, diz Sicsú. “Nós temos de trabalhar a economia sempre pensando nos resultados sociais e o que temos é exatamente isso: salário mínimo crescendo acima da inflação e desemprego cadente, há mais de dez anos.”

Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú, entende que é no investimento que reside o principal motivo para a economia não ter crescido ainda mais no ano passado. “O espaço do consumo não foi ocupado de forma satisfatória pelo volume de investimentos”, disse em encontro com jornalistas na terça-feira (25). Esse descompasso cria uma lacuna. “Um jogador saiu de campo e o outro ainda está aquecendo”, ilustra.

De fato, o consumo das famílias desacelerou. O crescimento que havia sido de 3,1% em 2012, foi de 2,3% em 2013. No entanto, a relevância deste elemento para o PIB do País é maior, representando 62,5% no passado, ante 60% em 2012.

“Somos um País jovem e a transferência de renda veio para ficar”, diz Márcio Neubauer, especialista da Soma Invest. “Ficamos muito tempo na praia aproveitando o sol, agora é hora de ir ladeira acima”, resume Neubauer.

O caminho será árduo para as principais economias do mundo – especialmente as emergentes. “O tipo de riqueza que a gente tem que gerar agora é na poupança e na infraestrutura.” O Itaú espera, para 2014, um crescimento de 1,4% – aquém dos 2,3% esperados pelo Ministério da Fazenda.

Deixe o seu comentário