25/12/2013 22h05

Bovespa deve fechar 2013 com o pior desempenho entre as bolsas mundiais

Bolsa de Valores de São Paulo aparece na lanterna entre a relação de 48 países pesquisados

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) deve fechar o ano com o pior desempenho entre as bolsas do mundo, aponta levantamento do analista Jason Vieira, diretor-geral do portal de informações financeiras MoneYou.

Segundo o ranking das principais bolsas de 48 países, a Bovespa aparece na lanterna.

De janeiro até o fechamento do pregão de sexta-feira (20), o Ibovespa acumulou queda de 16,1%. Em 2012, o principal índice da bolsa brasileira terminou o ano com ganho de 7,4%.

“O Ibovespa tem sido o pesadelo dos investidores no Brasil e no exterior”, afirma Vieira.

O segundo pior desempenho em 2013 em moeda local, segundo o ranking, é o da bolsa do Chile (IGPA ), com desvalorização de 13,35%. Na sequência, estão as bolsas da Colômbia (IGBC) e da Turquia (XU100), que perderam no ano, respectivamente, 9,32% e 9,27%.

Das 48 bolsas analisadas, 10 acumulam perdas no ano.

Na outra ponta, o destaque positivo é o índice Nikkei 225, do Japão, que avançou 59,85% no ano. Também com alta de mais de 50% estão as bolsas dos Emirados Árabes (57,29%) e do
Paquistão (50,47%).

As bolsas com maior valorização no ano são as da Venezuela (485,7%) e da Argentina 88,95%). O levantamento cita, porém, a falta de credibilidade das economias destes países. “Retiraria os números disformes de Venezuela e Argentina, nos quais há sempre uma grande dificuldade em se acreditar, principalmente considerando o estado péssimo de ambos os países, porém os inclui de forma a mostrar que, em ambos os casos, a bolsa se tornou praticamente a única fonte de investimentos”, afirma o economista.

Causas
Entre os fatores que explicam o mal desempenho da Bovespa em 2013, o diretor da MoneYou cita o temor de risco regulatório por parte dos estrangeiros, os juros altos, o PIB decepcionante, o tombo das ações do grupo EBX, de Eike Batista, e a falta de rumo para as ações de estímulo econômico.

“Apesar do desempenho do mercado de trabalho, com baixo desemprego, o PIB tem decepcionado a cada divulgação. Não existem reduções de IPI o suficiente para impulsionar a economia em estado de “bolha” e além disso, a alta da inflação no meio do ano, aliada aos protestos afundou a confiança na economia. Não há Copa que salve”, analisa Vieira. “A comunicação do governo através de seu grande ministro e a falta de um rumo concreto para as ações de estímulo econômico também afetaram em grande monta a noção de risco, o que afasta os investidores das bolsas de valores”, acrescenta.

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