20/05/2013 12h30

Analistas preveem crescimento do PIB abaixo de 3%

Projeção de inflação voltou a aumentar passando de 5,87%

Economistas de instituições financeiras reduziram sua perspectiva para o crescimento da economia brasileira para menos de 3% pela primeira vez no ano, mostrou o boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (20).

A taxa de expansão prevista para 2013 ficou em 2,98%, contra 3% na pesquisa anterior.

Apesar de o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) ter mostrado na semana passada que a atividade econômica brasileira acelerou no primeiro trimestre, isso não foi suficiente para dissipar a percepção entre analistas de que a atividade permanecerá errática ao longo do ano.

O BC-Br apontou expansão de 1,05% nos três primeiros meses do ano ante o último trimestre de 2012, quando o crescimento foi de 0,63%.

Mas a economia brasileira vem mostrando fragilidade e dificuldade de imprimir recuperação mais sólida, e agora os analistas esperam a divulgação em 29 de maio dos dados sobre o PIB (Produto Interno Bruto) de janeiro a março. Para 2014, a projeção no Focus para o crescimento do PIB foi mantida em 3,5% pela 10ª semana seguida.

Em relação à produção industrial, a perspectiva de crescimento neste ano foi reduzida a 2,5%, contra 2,53% na pesquisa anterior. Para 2014, a projeção é de crescimento de 3,5%, abaixo dos 3,55% na semana anterior.

Inflação

Em relação à inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), as projeções foram mantidas em 5,8% tanto para este ano quanto para 2014. Mas, para os próximos 12 meses, a perspectiva foi elevada a 5,64%, ante 5,57% na semana anterior.

Por sua vez, o Top 5 – das instituições que mais acertam as projeções –  elevou a estimativa para o IPCA neste ano para 5,87%, ante 5,81% anteriormente pela mediana e no médio prazo. Para 2014, a projeção foi mantida em 5,4%.

As atenções agora se voltam para a divulgação na quarta-feira dos dados de maio do IPCA-15, uma vez que o nível elevado de inflação continua sob os holofotes.

No final da semana passada, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que a autoridade monetária fará o que for necessário, e de forma tempestiva, para a inflação cair na segunda metade do ano.

O mercado, com as declarações, passou a acreditar que o ciclo de aperto monetário iniciado em abril, com a elevação da Selic para 7,5%, pode ser mais intenso. No mercado futuro de juros, a maioria das apostas já é de alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, ante 0,25 ponto percentual esperado até então, na reunião deste mês do Copom (Comitê de Política Monetária).

No Focus, os economistas mantiveram, pelo menos por enquanto, a perspectiva de alta de 0,25 ponto percentual da Selic na reunião, para 7,75%.

Os economistas também não mudaram pela quarta semana seguida a perspectiva de que a taxa básica de juros encerrará este ano a 8,25%, mesmo nível esperado para o final de 2014.

Entre o Top 5, também foi mantida a perspectiva de Selic a 8,25% tanto para este ano quanto para o ano que vem.

CÂMBIO

O Focus mostrou ainda que os economistas elevaram pela segunda vez consecutiva sua projeção sobre o câmbio no final deste ano, com o dólar a R$ 2,02, ante R$ 2,01 anteriormente.

Os analistas consultados também deixaram inalteradas suas contas para o saldo da balança comercial neste ano, de um superavit de US$ 9,05 bilhões. Para 2014, as projeções caíram a US$ 10 bilhões, ante US$ 10,2 bilhões.

Já as expectativas sobre o deficit em conta corrente do país no Focus apontaram US$ 70,90 bilhões neste ano, ante US$ 70,05 bilhões na pesquisa anterior.

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