19/06/2012 9h59

FGV vê piora do cenário para investimentos industriais

Cresceu o número de empresas que alegaram entraves para manter o ritmo de investimentos

A percepção da indústria em relação ao ambiente para realização de investimentos na ampliação da capacidade produtiva piorou e chegou ao pior resultado desde 2009, segundo sondagem realizada em abril e maio pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

De acordo com o levantamento, o percentual de empresas que afirmam encontrar algum tipo de dificuldade aumentou de 33%, em 2011, para 43%. Em 2009, afetadas pela crise internacional, 87% das empresas encontravam entraves para a realização de investimentos.

O fator mais citado como entrave é a limitação de recursos da empresa, mencionado por 46% do total, um aumento de 12 pontos percentuais em relação ao ano anterior e a maior proporção da série histórica iniciada em 2004.

Na sequência é citada a carga tributária elevada, apontada por 35% das empresas, proporção inferior aos 42% de 2011. Outro entrave são as incertezas acerca da demanda, com um aumento de 15 pontos percentuais em relação ao ano passado, ao passar de 19% para 34% (50% em 2009).

O custo de financiamento foi indicado por 26% das empresas, proporção inferior aos 33% de 2011. O item taxa de retorno inadequada foi citado por 22% da empresas, 3 pontos percentuais acima de 2011 e a maior proporção da série histórica.

MOTIVOS

A pesquisa também questionou quais são os principais motivos para investir neste ano. A resposta mais comum foi o aumento da eficiência produtiva, citado por 35% das empresas, proporção superior aos 33% apurados no ano anterior e similar à observada em 2009 (36%).

Já a expansão da capacidade produtiva perdeu o primeiro posto dos anos anteriores e foi a resposta de 30% das empresas. Majoritária em anos de maior crescimento dos investimentos do setor industrial, a expansão da capacidade havia sido o principal motivo para a realização de investimentos produtivos em 2010 e 2011 (com 40% e 36%, respectivamente).

“O resultado, portanto, sinaliza a diminuição gradual do investimento em capital fixo nos dois últimos anos”, diz a FGV.

A proporção de empresas que afirmam estar sem programa de investimentos avançou de 16% para 19% do total entre 2011 e 2012, o maior número desde 2009 (26%).

Já parcela das que citaram substituição de máquinas e/ou equipamentos como principal objetivo aumentou de 15% para 16% entre 2011 e 2012.

A Sondagem de Investimentos é um levantamento estatístico trimestral que fornece sinalizações sobre o rumo dos investimentos produtivos no setor industrial. A pesquisa foi feita entre 04 de abril e 29 de maio com 879 empresas.

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