03/09/2012 9h12

Cresce o número de acidentes com escorpião na região metropolitana

Sesau capacitou 30 agentes de endemias de 11 municípios sobre o controle e manejo desse animal peçonhento

Aumenta o número de acidentes com escorpião nas cidades vizinhas à capital

Assessoria/Danielle Cândido

Devido a grande incidência de acidentes com escorpiões na região metropolitana de Maceió, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) capacitou 30 agentes de endemias de 11 municípios sobre o controle e manejo desse animal peçonhento. A capacitação, que acontece no auditório do hotel Tambaqui, na Ponta Verde, tem duração de três dias e encerra nesta sexta-feira (31).

O Tityus stigmurus é a espécie de escorpião predominante em Alagoas e provoca acidentes leves, tratados com bloqueio anestésico e analgésico. De acordo com Silvana Tenório Evangelista, responsável técnica pelo Programa de Acidentes com Animais Peçonhentos da Sesau, os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) apontam que, em Alagoas, 97% dos acidentes com animais peçonhentos são provocados por escorpião.

Segundo o Ministério da Saúde, em 2011, Maceió foi diagnosticado como o município brasileiro com o maior número de acidentes com escorpião. Entretanto, os dados cadastrados em alguns municípios não são compatíveis com o número de acidentes, a exemplo de Satuba, que no período de 2007 a 2012 registrou apenas 48 notificações.

“O curso é uma novidade para minha atuação como agente de endemia e está sendo bastante produtivo. Agora estou preparado para orientar a população de Satuba e ainda realizar a captura do escorpião de forma correta”, disse José Aurélio da Silva, agente de endemia de Satuba. “A partir dessa capacitação, o registro da notificação ficará mais próximo da realidade”, complementou.

O biólogo Carlos Fernando Rocha, gerente de Vigilância de Vetores da Sesau, coordenou a parte prática do curso e esclareceu sobre a necessidade do uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) durante a captura do escorpião, como luvas, botas e a pinça. Ele alertou ainda que esses animais estão mais presentes em locais quentes, úmidos e escuros.

O monitoramento das áreas é realizado por busca ativa por meio de manipulação de entulho, material de construção, terreno baldio, locais que não têm coleta de lixo regular e falta do serviço de saneamento. Isso porque, os fatores que favorecem ao surgimento desse animal peçonhento é também a urbanização e o desmatamento.  

Crianças e idosos compõem a faixa etária mais suscetível dos animais peçonhentos. Por essa razão, é preciso atentar para alguns cuidados como não encostar o berço ou a cama na parede, nem deixar o mosquiteiro ou o lençol arrastando no chão, além de cobrir os ralos e arrastar os móveis para a limpeza da casa.

Procedimentos ­– Em caso de acidente, é recomendável limpar o local com água e sabão, aplicar compressa morna no local, não fazer esforço físico e procurar orientação imediata em Posto de Saúde, Unidade Básica de Saúde ou Hospital Referência. Ainda se for possível, é ideal capturar o animal para levar à unidade de saúde. 

Silvana Tenório Evangelista esclareceu que não se deve amarrar ou fazer torniquete, nem aplicar nenhum tipo de substância ou curativos que fechem o local, pois favorecem a ocorrência de infecções. Também não pode cortar, perfurar ou queimar o local da picada, nem dar bebidas alcoólicas ao acidentado, porque não têm efeito contra o veneno e podem agravar o quadro

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