07/03/2021 12h28

Dia Internacional da Mulher e a busca por igualdade profissional

Mulheres mostram à sociedade a capacidade de liderar e de atuar em diversos segmentos produtivos com a conquista de novos espaços ao longo do tempo

Mulheres empoderadoras e empreendedoras

 

“Esse não é trabalho para mulher”, “Quero ver trocar pneu”, “Duvido bater uma laje”, são frases comumente usadas para desqualificar mulheres que buscam equidade de direitos. O que poderia soar como ofensa tornou-se, na verdade, a área de atuação de algumas delas, que hoje ocupam cada vez mais espaços profissionais que antes eram considerados masculinos.

Na Serraria Falcão, empresa especializada em madeiras, construções e execuções há 22 anos no mercado, muitas ocupam cargos de liderança, trabalham com obras e projetos, cuidam das finanças e aconselham clientes sobre o melhor tipo de madeira para cada obra.

A arquiteta Richineia Paranhos é a responsável pelo setor de projetos e lidera uma equipe de cerca de 18 homens. Ela considera importante saber estabelecer limites e transpor barreiras. “Exige jogo de cintura e saber transitar com respeito e firmeza, quando necessário, entre eles, mas, de forma geral, me sinto muito à vontade e até mesmo privilegiada por estar aqui, por acreditarem na minha capacidade técnica e de liderança”, ressalta.

“O preconceito ainda existe. Alguns funcionários têm dificuldade em receber ordens de mulheres e lá fora as pessoas estranham quando eu digo que sou dona de uma madeireira, mas é bom ver que, apesar de ainda precisarmos avançar, podemos escolher onde queremos estar. Existem desafios sim, mas para avançar é preciso continuar se posicionando e ocupar cada vez mais esses espaços”, afirma Helena Ferro, diretora financeira e sócia da empresa.

Ela conta que as dificuldades também se dão por conta de alguns clientes, na maioria das vezes homens, que acham que por ser uma mulher não entende de obra com madeiras e não pode aconselha-los de forma assertiva. “Eu acompanho os desafios enfrentados pelas outras mulheres que trabalham aqui, temos uma vendedora mulher na nossa linha de frente e esse tipo de situação infelizmente é rotineira”, pontuou.

Jaqueline dos Santos é consultora de vendas na empresa há oito anos e conta um pouco dos desafios que enfrenta em seu dia a dia.  “Quando os clientes veem uma mulher no setor de vendas já acham diferente, já que a maioria dos vendedores de madeireiras são homens, e por isso todos os dias nos deparamos com algumas situações desconfortáveis, desde esses clientes acharem que eu não entendo o que eu estou fazendo até o assédio mesmo por parte deles”, disse.

“Mesmo assim, eu me sinto muito privilegiada por poder mostrar que eu entendo sobre o meu trabalho tanto quanto os meus colegas e por poder quebrar esse tabu. Eu sei que posso estar aqui assim como qualquer outra pessoa”, completou.

TAGS:

Deixe o seu comentário