16/06/2020 13h21

Maior parte dos trabalhadores alagoanos demitidos é dos setores de serviço e de comércio

7.095 trabalhadores perderam o emprego em abril

Demissão cresce e atinge trabalhadores alagoanos nesse período de pandemia do Covid 19

Após um período sem divulgar os números da dinâmica do mercado, o Ministério do Trabalho voltou a anunciar os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A pausa, que tinha ocorrido nos primeiros dias de isolamento social devido à pandemia do Covid 19 (coronavírus), foi encerrada recentemente e traz números desalentadores: Alagoas fechou 7.095 postos de trabalho somente em abril, sendo 3.608 deles na capital. De janeiro a abril, o Estado perdeu 26.979 postos, dos quais 3.782 foram em Maceió.

“O volume de desemprego gerado em abril praticamente responde por todo o quadrimestre. Em janeiro e fevereiro tivemos saldo positivo na geração de empregos e, com isso, de janeiro a março a capital havia perdido apenas 174 postos de trabalho. Porém, com a paralisação da maioria das atividades econômicas, o saldo de desemprego chegou a 3.608 somente em um mês”, reforça Felippe Rocha, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL).

Os números de abril continuam a chamar atenção: dos 7.095 postos de trabalho fechados, 2.021 foram no setor de Serviços, com destaque para o segmento de alimentação (bares e restaurantes) e alojamento (pousadas, hotéis, pensões), que demitiram 1.116 colaboradores. O setor de Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas tiveram um saldo negativo de 1.608 empregos.

De acordo com o economista, a perda dos postos de trabalho pode ser percebida observando-se a arrecadação do ICMS do Estado de Alagoas, a qual serve de proxy para o desempenho econômico. “Em termos gerais, comparando os cinco primeiros meses deste ano ante o mesmo período do ano passado, a arrecadação caiu 3,5%. Não estamos aqui interessados na emissão de NF-e, como tem sido divulgado no Balanço da Sefaz, o que nos interessa é a arrecadação de fato”, avalia Felippe.

Os dados do Caged foram divulgados no dia 29 de maio e confirmaram o que os setores temiam: desemprego em massa provocado pela pandemia. No Brasil, foram perdidos mais de 860 mil postos de trabalho em abril, destacando-se o setor de Serviços com a menos 362 mil empregos. Em seguida, o setor de Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas reduziram o volume de funcionários em 230 mil, no mesmo mês.

Os indicadores comprovam que, em todo o país, os setores que mais desempregaram foram Comércio e Serviços. Segundo o assessor econômico da Fecomércio, em Alagoas, se for analisada apenas a arrecadação tributária destes setores nos primeiros quatro meses de 2020, comparado a 2019, constata-se uma queda de 4,01%. “Se observarmos apenas o setor atacadista, a queda é de 10,96%; e, no varejista, queda de 17,31%. A arrecadação de ICMS do setor de serviços de comunicação caiu 7,58% e, no setor de transportes, a queda foi de 14,75%”, ressalta Felippe, acrescentando que os dados podem ser analisados no site da Confaz.

Para o presidente da Fecomércio, Gilton Lima, os números refletem o que o setor já vinha sentindo na prática. “Os empresários estão angustiados com a situação e buscam alternativas para a preservação de empregos, pois os colaboradores são essenciais para ao bom andamento das empresas. Mas como manter os empregos com as portas fechadas?”, questiona. “Compreendemos a importância das medidas de isolamento para resguardar as vidas e o setor se coloca à disposição para uma retomada responsável, com observância de todas as medidas sanitárias. Quanto mais demorar para acontecer, mais estes indicadores de desemprego aumentarão”, complementa.

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