10/06/2020 9h57

Comércio deve perder R$ 9,5 milhões em vendas para Dia dos Namorados

Instituto Fecomércio AL considera a série história das pesquisas anteriores e a projeção da Fecomércio SP, que prevê queda de 33% nas vendas

Dia dos Namorados

Em plena pandemia e com a maior parte das atividades comerciais paralisadas, os apaixonados terão que ser mais criativos na escolha dos presentes em comemoração ao Dia dos Namorados deste ano. Delivery, pague e leve, redes sociais e o bom e velho contato telefônico são alternativas para não deixar passar em branco.

Esta é a segunda data comemorativa em pleno período de pandemia do Covid-19 (coronavírus) – a primeira foi o Dia das Mães – e, por isso, não foi possível ao Instituto Fecomércio AL realizar a pesquisa de Intenção de Compras para o dia. Considerando os anos anteriores, percebe-se que a data costuma engajar, em média, 54% da população de Maceió.

“Com essa intenção de compras, se estivéssemos em tempos de plena atividade econômica, a data movimentaria em torno de R$ 28,7 milhões. Mas diante da atual demanda, podemos esperar uma queda de pouco mais de R$ 9,5 milhões no faturamento do período”, avalia Felippe Rocha, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL). Vale lembrar que a data não costuma movimentar apenas o varejo, mas envolve o setor de serviços também, principalmente bares, restaurantes, hotéis e motéis.

O economista explica que, normalmente, os produtos mais demandados para o período são vestuários, calçados e cosméticos, justamente os segmentos de mercado que mais apresentam queda (70%), segundo boletim divulgado pela Secretaria da Fazenda do Estado de Alagoas (Sefaz AL) divulgado na última sexta-feira (05.06).

 

Estimativa

A projeção de queda de R$ 9,5 milhões no faturamento do comércio para este Dia dos Namorados, que disputa com o Dia dos Pais o posto de terceira ou quarta melhor data para o Comércio do país, considerou a série histórica das pesquisas de anos anteriores e a estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio SP), a qual sinaliza queda de 33% nas vendas.

“Será um Dia dos Namorados acanhado para o comércio da capital. Mesmo com os empresários e empreendedores se desdobrando para arranjarem alternativas que permitam o consumo de bens e serviços, dentro do que determina o decreto de isolamento social, não será o suficiente. Numa perspectiva otimista, a data deve movimentar apenas R$ 19,2 milhões”, analisa Felippe.

Considerando que a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias de Maceió registrou redução de 3,6%, em maio, e que os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) – reabertos recentemente – apontam perda de quase 8 mil postos de trabalho no mês de abril, somando cerca de 27 mil desempregos entre janeiro a abril, a queda no faturamento pode ser ainda maior. A redução da renda familiar e individual daqueles que são autônomos e que trabalham por conta própria também repercutirão nas vendas.

Na visão do presidente da Fecomércio AL, Gilton Lima, o prejuízo é ainda maior. “Não podemos pensar que o prejuízo se limita ao Dia dos Namorados. Desde o início do isolamento social, o comércio vem tendo perdas significativas. Sabemos que as medidas foram necessárias por um bem maior, a saúde coletiva. Porém, quando o decreto for flexibilizado e as atividades voltarem, teremos um grande desafio para restabelecer a economia”, ressalta.

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