08/11/2019 10h57

Fecomércio participou de Audiência Pública sobre as causas do afundamento do solo em Maceió

Entidade solicitou, formalmente, ao deputado JHC o encaminhamento dos anais da audiência ao Cepram Alagoas

Presidente da Braskem, Fernando Musa, em depoimento na Audiência Pública sobre o Afundamento do Solo, em bairros de Maceió, na Câmara Federal

A assessora técnica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Graça Carvalho, participou de audiência na Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (07). Na pauta, as causas do afundamento do solo em Maceió.

A audiência foi solicitada pelo deputado federal João Henrique Caldas (PSB-AL), com a intenção de identificar os motivos pelos quais tem se observado o afundamento no solo dos bairros do Pinheiro, Mutange, Bom Parto e Bebedouro. “O objeto deste colegiado é acompanhar a gravíssima situação que atravessa parcela significante da capital alagoana”, declarou o parlamentar.

A Fecomércio faz parte de uma comissão criada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente para analisar os impactos dos fenômenos e solicitou, formalmente, ao deputado JHC o encaminhamento dos anais da audiência ao Conselho de Proteção Ambiental (Cepram), de Alagoas. “A audiência foi importante porque atualizou as informações com relação às evidências do fenômeno e seus impactos nos quatro bairros prejudicados. Como também, para chamar a atenção da sociedade brasileira para esta tragédia anunciada”, enfatizou Graça Carvalho.

Audiência

Além do deputado federal João Henrique Caldas, participaram da audiência o deputado federal Marx Beltrão (PSD-AL), o senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL) e o vereador por Maceió, Francisco Sales (PPL).

JHC lembrou que centenas de empresas saíram da região, consequentemente oportunidades de emprego também. Além disso, moradores que permaneceram nas áreas sofrem com o fechamento de postos de saúde e escolas, por determinação do poder público, deixando deficiente a prestação destes serviços. JHC disse que a Comissão Externa foi criada para um debate perene sobre o problema, a fim de buscar soluções, e questionou até que ponto a petroquímica se considera parte da solução e se a empresa pensa na indenização dessas pessoas.

O presidente da petroquímica, Fernando Musa, disse que antes de apontar uma solução, os esforços estão direcionados a identificar as causas. “A partir do momento que tivermos clareza sobre as causas do problema, a Braskem não irá se omitir dentro do que for sua responsabilidade, mantendo o diálogo com a sociedade o Judiciário”, afirmou. Musa disse que o fenômeno que afeta a região é muito complexo e pode haver várias interpretações. Questionado pelo deputado JHC sobre se há previsão sobre o término dos estudos, o presidente falou que a expectativa é de que a avaliação do último sonar termine no final de novembro (até o momento, 25 dos 35 poços foram analisados) e que até o final do primeiro trimestre de 2020 a petroquímica tenha condições de apontar uma solução.

O pesquisador Tales Sampaio, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), foi enfático ao afirmar que “as causas do que vem ocorrendo nos três bairros são decorrentes da desestabilização das cavidades provocadas pela mineração. Essas cavidades não foram monitoradas como deveriam”. Tales defendeu o relatório da CPRM reafirmando que representa não o pensamento dele, mas sim de 43 geofísicos que se debruçaram sobre a problemática. Segundo eles, as causas já estão identificadas e não vão mudar. “Reafirmamos que esse relatório é conclusivo”, ressaltou.

Em relação ao preenchimento das cavidades geradas pelos 35 poços, o pesquisador disse que isso é possível, mas questionou o quanto de espaço existe. “O que foi tirado de sal é equivalente a três estádios do Maracanã. Quanto desse espaço já foi preenchido por desmoronamento e quanto ainda existe para ser preenchido?”, questionou, acrescentando é possível, sim, o preenchimento, desde que se saiba com exatidão a dimensão do espaço. “Se for o tamanho de três Maracanãs, serão 700 mil caminhões. É viável isso? Mas não acredito que seja esse tamanho porque alguns espaços devem estar preenchidos. Precisamos de informações mais exatas. Os dados nos fornecidos até agora não nos mostram os detalhes e são preciso os detalhes para se apontar soluções”, afirmou.

Entidades representantes das empresas e moradores das regiões afetadas participaram da audiência, como o movimento SOS Pinheiro e a Federação das Associações dos Moradores (Famecal).

Os vídeos com a íntegra da audiência encontram-se disponíveis em  https: https://www.camara.leg.br/evento-legislativo/58260

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