14/06/2019 11h44

Evento internacional estreita parcerias de Alagoas com empresas alemães

1º Encontro Tecnológico Ambiental Mercantil Internacional 2019 tem como um dos focos a promoção de ações ambientais sustentáveis no Brasil

 

Evento acontece no auditório da Casa da Indústria Napoleão Barbosa, no Farol, é uma iniciativa da Ambiental Mercantil Eventos

Texto: Elisana Tenório

Foto: Robson Lima

Com a perspectiva de fechar parcerias de negócios entre indústrias e centros de estudos alemães com segmentos da iniciativa privada e serviço público alagoano, foi aberto, nesta quinta-feira, em Maceió, o 1º Encontro Tecnológico Ambiental Mercantil Internacional 2019. O evento acontece no auditório da Casa da Indústria Napoleão Barbosa, no Farol, e é uma iniciativa da Ambiental Mercantil Eventos – plataforma de anúncios classificados gratuitos, que tem como um dos focos a promoção de ações ambientais sustentáveis no Brasil.

Em seu pronunciamento, durante a abertura do evento, nesta quinta-feira, 13, o presidente da Fiea, José Carlos Lyra de Andrade, – entidade que apoia a iniciativa -, ressaltou, que o desenvolvimento econômico de um País está condicionado, sobretudo, por sua capacidade de gerar riquezas por meio da transformação industrial.

 De acordo com Lyra, um dos fatores que determinam o potencial, ou por outro lado, o limite desse desenvolvimento, é o suprimento de energia necessário para promover esta transformação, seja pelo consumo industrial ou pela satisfação das necessidades humanas.
Na programação dessa sexta-feira, o destaque ficará por conta dois painéis: Energias Renováveis e Tratamento de Resíduos Sólidos.
Abertura
A abertura do 1º ETA contou com a participação de representantes do governo de Alagoas. O secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias, representou o governador Renan Filho. Além dele, o presidente do Instituto Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), Gustavo Lopes, frisou, em seu discurso, a prioridade que o Executivo alagoano tem dado para a área ambiental.
“Fomos o primeiro estado do Nordeste a acabar com os lixões em todos os seus municípios, e o segundo a acabar com o desmatamento em áreas de Mata Atlântica”, frisou Lopes.
O engenheiro Claus Mertes, um dos maiores especialistas em dessalinização no mundo, abriu o primeiro painel do evento. Ele, que é diretor executivo do Instituto de Dessalinização da Alemanha, apresentou um panorama detalhado sobre a atuação do segmento no planeta.
A palestra teve início com a imagem de um senhor ao centro de uma grande área, onde, hoje, funciona um dos maiores centros de pesquisa de desenvolvimento do setor, localizado em Bahamas.
O avanço desse centro de pesquisa foi resultado de investimentos contínuos por parte do Instituto de Dessalinização da Alemanha. Atualmente, 60 milhões de euros estão sendo aplicados em várias frentes de pesquisa, que envolvem universidades, indústrias e cooperação técnica.
De acordo com Claus Mertes, várias áreas brasileiras, de superfície de mar, estão contaminadas, o que as torna não potável. “Cada uma dessas áreas salgadas precisa passar processos de dessalinização”, ressaltou.
Dessalinizar a água salgada envolve etapas técnicas, que precisam de volumoso investimento financeiro. Atualmente, o mercado dispõe de várias maneiras de operacionalizar a ação. Porém, na maioria das vezes, por ser mais adequada à quantidade de sal, são utilizados projetos que envolvem energia renováveis fotovoltaica com osmose reversa.
Mas por que a dessalinização passou a ser procedimento imprescindível? Claus Mertes explicou que são vários os motivos que levam a isso, mas o crescimento acelerado da população mundial, e a consequente necessidade de alimentar essa legião de pessoas, representa uma das maiores causas.
Além disso, o desmatamento de áreas também contribui muito para a necessidade de dessalinização. “Vale ressaltar que 70% das áreas desmatadas são utilizadas para a agricultura”, frisou Claus.
Outro motivo é a redução no nível de água dos lençóis freáticos por conta das constantes retiradas de água subterrânea próxima as costas marítimas.
A redução do nível de água doce nas regiões mais populosas é outro fator complicador.
Atualmente, a Alemanha é o país considerado referência no segmento. Em vários países, há frentes de trabalho germânica em projetos de pequeno, médio e grande porte, que utiliza, principalmente, osmose reversa. O método é o preferido porque pode ser implantado em qualquer lugar que tenha eletricidade para operar bombas de alta tensão, com capacidade em mililitros ou megalíticos. Outra vantagem é a utilização de mão de obra.
O representante do Estado alemão Baden-Wurttemberg, Edwald Stirner, ressaltou que o Brasil é um antigo parceiro de seu país. “São mais de 200 anos de parceria. Atualmente, oferecemos 1200 empregos no Brasil. Além disso, 200 brasileiros estão em nosso Estado, trabalhando”, frisou, acrescentando que a meta é estreitar as relações da Alemanha com Alagoas e o Nordeste, em especial, no que diz respeito às tecnologias ambientais de vários segmentos.
Duas empresas alagoanas participaram da abertura do evento. A BioGill – fabricante de equipamentos de inovação tecnológica – trouxe a expertise australiana e se tornou a pioneira em seu segmento no País a desenvolver técnicas para tratamento de água e afluentes. Neste ano, inclusive, a empresa foi eleita entre as dez maiores do mundo na sua área de atuação.
A alagoana Hidrosolo, que opera com tecnologias para tratamento de água, fechou a abertura do evento ressaltando técnicas inovadoras para remoção do nitrato em poços de abastecimento para potalização.
A empresária Simone Horvatin, fundadora da SUPPLYgoGREEN Techonologies for a Green World e organizadora do evento, apresentou tecnologias europeias que buscam o mercado brasileiro. Ele falou, em especial, sobre Sistemas Industriais de Limpeza de Alta e Baixa Pressão com Tratamento e Reuso de Água que está sendo utilizado, de forma inovadora, na lavagem de caminhões-silo e tanques industriais.

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