15/03/2019 13h05

Banco do Nordeste impulsiona mercado de cervejas artesanais em Alagoas

As cervejas artesanais alagoanas têm ganhado cada vez mais adeptos e reconhecimento em premiações nacionais e internacionais

Produção de cervejas artesanais cresce no Nordeste

As cervejas artesanais alagoanas têm ganhado cada vez mais adeptos e reconhecimento em premiações nacionais e internacionais. Em rota ascendente nos últimos cinco anos, o segmento está aquecido e com boas perspectivas de expansão. Para isso, conta com o apoio do Banco do Nordeste, responsável pelo financiamento de mais da metade das cervejarias dessa natureza instaladas no Estado.

O crédito, em especial do Fundo Constitucional de Financiamento (FNE), faz parte dessa história e está presente desde a instalação da primeira fábrica de cerveja artesanal do Estado, em 2014, até os dias de hoje, com o apoio a novas empresas que ingressam no ramo. Quem atesta a importância desse crédito é o empresário Márcio Correia Raimundo, um dos sócios da Hop Bros, cervejaria  alagoana do segmento, que já possui certa experiência na atividade e com planos de expandir sua atuação no mercado.  “O pontapé inicial foi o BNB.  Sem o Banco do Nordeste, a gente não teria saído do canto e também foi fundamental para nosso crescimento”, garante.

A brincadeira que deu certo

 A Hop Bros nasceu dos experimentos de um grupo de amigos que se transformou em um negócio de sucesso. Um dos principais atores do mercado local das artesanais, a empresa também é responsável por etapas de produção das chamadas cervejarias ciganas, que possuem marca própria, mas terceirizam alguns processos, por falta de espaço ou por não possuírem maquinários adequados.

“A gente começou de forma bem despretensiosa. No início, eram três sócios com a intenção de brincar de fazer cerveja. Compramos um kit caseiro e era tudo de forma empírica. Iniciamos com a receita da Witbier e aí fomosdando para os amigos, aprimorando… em poucos meses o negócio foi crescendo e decidimos abrir a empresa, alugar o balcão e foi quando a gente pegou o primeiro financiamento com o Banco, em 2016, para adquirir as máquinas, sala de prensagem e fermentadores, envasadora, lavadora de barril, alguns barris, câmara fria. Foi um crédito suficiente para a gente ter o maquinário inicial”, conta Márcio.

Expansão

 De lá para cá, a Hop Bros já aumentou em seis vezes a produção e gerou nove empregos diretos, além de alcançar mercados fora de Alagoas. “A gente hoje atende todo o Estado, além de vendas pontuais para Pernambuco, Bahia, Sergipe e Ceará”, comemora.

A empresa é atendida pela agência do BNB de Rio Largo e, desde o início, foi acompanhada pelo gerente da unidade, Fredi Pereira da Fonseca. “É importante estar atento às novas tendências de mercado, como é o caso das cervejarias artesanais, identificando oportunidades de negócios e viabilizando que elas tenham tanto retorno financeiro para o Banco quanto retorno econômico e social”, destaca o gestor.

O gerente de negócios José Jailton da Costa já fala em novos financiamentos. Recentemente, a Hop Bros contratou mais um crédito do FNE para aquisição de uma envasadora isobárica. Além disso, em negociação estão outros recursos para ampliação e relocalização da fábrica e para utilização de energia solar no empreendimento.

Receita premiada

 Todo esse esforço mereceu o reconhecimento do júri do último Festival de Cerveja de Porto Alegre, considerado um dos dez maiores festivais de cerveja do mundo. A White Ipa da Hop Bros levou a medalha de prata e, segundo o sócio Márcio Raimundo, o uso de ingrediente local na receita fez toda a diferença.

“A gente fez uma receita híbrida. Já fazíamos a Witbier, que foi a nossa primeira receita, que leva casca de laranja, casca de limão siciliano e semente de coentro. Tem um aroma cítrico, bem gostoso e é uma cerveja leve. Fazemos também a Ipa, que é uma cerveja queridinha dos cervejeiros, que tem mais pegada, mais amargor. Então fizemos a junção das duas: o corpo da Witbier com a pegada forte do lúpulo da Ipa e nasceu a White Ipa. Para dar um toque nosso, colocamos capim santo e foi o que deu todo esse diferencial”, detalha.

Mercado

 O BNB parece ter feito a aposta certa no apoio ao segmento.  O empresário Márcio Raimundo ressalta que o mercado cervejeiro está crescendo:  “Até 2014, só Pernambuco já tinha um mercado mais ou menos consolidadoe apenas em 2017, com nossa entrada e a de outras, aumentamos esse mercado em Alagoas, que ainda comporta mais”.

Segundo a Junta Comercial de Alagoas, o Estado possui 13 empresas ativas, cuja atividade principal ou secundária é a fabricação de cerveja e chopes. A maioria foi aberta nos últimos cinco anos. A quantidade é significativa se comparada ao número de estabelecimentos do ramo em Pernambuco, referência na Região:  17 cervejarias com registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na posição de março de 2018.

A Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva) vai além e atribui às pequenas empresas do setor a retomada da geração de empregos no segmento de fabricação de cervejas e chopes. Para tanto, a Associação ressalta que, em 2018, as artesanais foram responsáveis por cerca de 50% dos novos postos de trabalho criados no ano.

 

Deixe o seu comentário