26/05/2018 12h51

Fecomércio estima que prejuízos com paralisações dos caminhoneiros podem chegar a R$ 640 milhões

O cálculo foi projetado para os cinco dias de paralisação dos caminhoneiros que mudou a rotina no País

Greve dos caminhoneiros parou o País

Em Alagoas, os prejuízos com a paralisação dos caminhoneiros, contabilizando cinco dias sem atividades, podem chegar a R$ 640 milhões. Esse valor insere todas as atividades produtivas (comércio, serviços, indústria e agropecuária). O cálculo foi realizado pelo assessor econômico da Fecomércio, Felippe Rocha.

Para chegar até esse número, o economista projetou o PIB alagoano de 2015 para 2018. “A partir desse processo, é possível estimar a produção de riqueza diária no Estado. Obviamente, não podemos confirmar esse prejuízo, pois ainda há estoque de produtos e insumos em todas as cadeias produtivas”, explicou.

A escassez ocorre em alguns produtos, tais como os combustíveis. “Tal situação ocasiona prejuízo para o consumidor e para o empresário que não terá como abastecer”, disse. Essa escassez leva ao aumento de preço pela baixa oferta do produto. “Trata-se de um choque adverso inflacionário, ou seja, aumento de preços provocados pela falta de produtos. E como estamos em um mercado capitalista, o produto acaba sendo valorizado. O estoque é vendido por um preço maior para poder compensar”, afirmou.

O cenário pode gerar preocupação porque as pessoas ficam com receio do desabastecimento e buscam estocar alimentos e combustível para se precaverem de um possível aumento de preços.

Com os caminhões paralisados, e considerando os produtos perecíveis, haverá prejuízo porque parte desses produtos compõem os insumos industriais. “Assim, a indústria deixa de produzir e ofertar mais para o comércio local, causando uma distorção temporária, mesmo após o fim da paralisação. Essa distorção recai sobre o preço e o prejuízo temporário fica para o consumidor”, ressaltou o economista da Fecomércio.

Na análise de Felippe, o setor de aviação é um dos segmentos mais prejudicados. Para ele, o Governo Federal precisa ceder para normalizar a situação em detrimento da falta de investimento em outros modais para a entrega de produtos e insumos.

O economista considera o valor do combustível elevado para o consumidor final. A Petrobras repassa o combustível a R$ 1,70. No entanto, até a chegada ao consumidor final, no caso de Alagoas, são pagos 28% de ICMS, PIS/Cofins (R$ 0,79 por litro) e a CIide  (R$ 0,10 por litro).

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