15/12/2016 12h24

Nordeste registra recuo da inflação, mas valor da cesta básica ainda continua alto

Também verificou-se queda nos preços dos alimentos no Sudeste (-3,3%), Norte (-2,9%), Sul (-2,3%) e Centro-Oeste (-1,0%).

Valor da cesta básica ainda continua assustando os clientes

Acompanhando o movimento de deflação das cestas básicas verificado nas demais regiões brasileiras, a cesta básica nordestina apresentou a menor redução média nos preços dos alimentos em novembro de 2016: -3,4%. Em valores absolutos, seu custo médio foi estabelecido em R$ 375,09. As informações são de levantamento do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), órgão de pesquisas do Banco do Nordeste, com base em dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos.

A variação de novembro da cesta nordestina foi a menor entre as regiões brasileiras. A cesta média do país variou -2,9%. Também verificou-se queda nos preços dos alimentos no Sudeste (-3,3%), Norte (-2,9%), Sul (-2,3%) e Centro-Oeste (-1,0%). A variação da cesta básica nordestina ficou bem abaixo dos -0,3% de outubro, ficando também muito abaixo da variação de novembro de 2015, 6,2%.

Considerando a variação em doze meses, a cesta básica da região Nordeste ficou no mesmo patamar que a variação da cesta nacional: 20,9% para 20,7%. Considerando os últimos doze meses, a taxa de variação da cesta básica nordestina está em 20,9%, um pouco abaixo dos 21,0% relativos aos doze meses imediatamente anteriores. A análise das variações indica que os preços dos alimentos básicos da dieta do brasileiro, em 2016, estão em patamar mais elevado que o ano de 2015.

Em novembro, o valor da cesta básica regional caiu em todas as capitais do Nordeste. Em Recife e Salvador, observaram-se as reduções mais significativas no valor da cesta de -5,5% e -4,5%, respectivamente, comparado com preços de outubro de 2016. Fortaleza permanece com a cesta de maior valor no Nordeste (R$ 406,52), sendo 8,4% maior que o valor da cesta regional (R$ 375,09), e 15,1% maior que a cesta de Recife, com menor valor (R$ 353,08).

Contribuíram para a queda do preço da cesta básica nordestina em novembro a redução do preço do tomate (-13,4%), feijão (-11,7%), da banana (-3,6%) e  leite (-3,4%). Na contramão, houve variações positivas relevantes na carne (0,8%) e na farinha (1,3%).

O feijão, apontado como grande vilão da cesta básica nordestina no primeiro semestre do ano, apresentou queda de preço em todas as capitais nordestinas. As reduções foram maiores em Recife (-16,3%), São Luis (-14,6%) e Teresina (-13,4%).

Em 12 meses, as maiores altas nas cestas básicas nordestinas foram verificadas nas capitais de Aracaju (30,0%), Fortaleza (25,3%) e João Pessoa (23,3%). Natal, Recife e Salvador têm os menores índices, 18,5%, 17,2% e 16,2%, respectivamente. Salvador e Fortaleza, por serem representativas no peso do índice regional, foram as capitais que mais carregaram no índice em doze meses, 7,0% e 5,0%, respectivamente.

Avaliando o crescimento do valor da cesta básica do Nordeste nos últimos doze meses, observa-se que sua variação continua acima do grupo alimentos no índice regional de inflação (IPCA regional). A variação da cesta foi de 20,9%% para uma inflação de alimentos de 11,7%, uma diferença de 9,2 pontos percentuais. Com isso, a população dos extratos mais baixos de renda, em que a cesta básica é mais relevante no orçamento, perdeu a vantagem financeira detida até 2015.

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