03/03/2016 11h10

Cai 3,6% o percentual de endividados na capital alagoana

Apesar da redução nas dívidas, número de inadimplentes aumentou

Endividamento do consumidor ainda reflete nas vendas do varejo

 

Os consumidores de Maceió estão mais cautelosos. Pesquisa do Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), demonstra que, entre janeiro e fevereiro, houve uma redução de 3,6% no endividamento geral. O levantamento também aponta que, embora tenha ocorrido essa queda, houve um aumento no percentual de pessoas sem condições de pagar suas dívidas, elevando em 2,2% a inadimplência.

De acordo com o assessor econômico da Fecomércio, Felippe Rocha, a inadimplência relaciona-se à dinâmica do emprego em Alagoas e em Maceió. Considerando os dados do CAGED (Ministério do Trabalho e Emprego – MTE), em janeiro houve uma redução de 1942 postos de trabalho, dos quais 765 empregos foram perdidos apenas em Maceió. “Como em 2015 perdemos 5487 empregos é mais do que natural que, passado o período de pagamento de seguro desemprego, algumas famílias tenham começado a sentir dificuldades em pagar suas contas aumentando a parcela de inadimplentes”, pondera.

O economista explica que, no aspecto geral, o maior responsável pela perda de postos de trabalho em Alagoas foi a indústria de transformação, seguida pelo Comércio, que vem amargando um consumo cada vez menor das famílias por conta do aumento de preços e das taxas de juros elevadas praticadas pelos bancos comerciais. Já o setor de Serviços tem apresentado um bom desempenho, sendo responsável por 1.182 postos de trabalho criados apenas em janeiro no Estado.

Segundo o levantamento do Instituto Fecomércio AL, a quantidade de famílias sem dívidas também aumentou, saltando de 30,9% (janeiro) para 34,5% (fevereiro). O grande responsável pelo endividamento das famílias em Maceió é o uso do cartão de crédito, representando 82,6% do tipo de dívida das famílias. Os carnês de lojas respondem por 10,1% e, o crédito pessoal, por 4,6% dos endividamentos.

Dos entrevistados, 35,4% indicaram ter dívidas atrasadas. Destes, 54% disseram ter mais um membro das famílias com pagamentos em atraso e 45,7% não possuem outro membro da família nessa situação. Do total de inadimplentes (22%), 14,5% possuem dívidas de até 30 dias; 29,9% entre 30 e 90 dias; 54,2% estão com dívidas há mais de 90 dias.

Entre o perfil de famílias que possuem contas em atraso há mais tempo, os dados demonstram uma piora na capacidade de pagamentos quando comparado a janeiro. As pessoas que terão condições totais de pagamento e quitação da dívida representam 10,3% (do universo de 22% de inadimplentes); em janeiro eram 11,2%. Os que terão condições de pagamento parcial também diminuíram: 17,5% em fevereiro e 18,3% no mês anterior. Já o percentual de inadimplentes que não terão nenhuma condição de

pagamento aumentou de 55% para 62,1%, em fevereiro. Apesar desse cenário, o tempo médio de pagamento em atraso reduziu 2%, ficando em 69,9 dias.

Como houve um aumento substancial de famílias que não possuem mais dívidas, a parcela da renda comprometida teve um leve declínio (-0,3%) em relação ao mês anterior, com comprometimento da renda em média de 27,2%; “ níveis saudáveis para a população que não está inadimplente mas possui dívidas e quer se manter no mercado consumidor”, avalia o especialista. Relatório completo da pesquisa disponibilizado em www.fecomercio-al.com.br/ifepd

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