11/11/2015 8h11

Maceió registra redução no número de famílias endividadas

No País, a pesquisa também aponta para uma diminuição na comparação dos meses de setembro e outubro

Maceioenses reduzem dívidas

Assessoria

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) aponta para uma redução no percentual de famílias com dívidas entre os meses de outubro e setembro em -1,4%, embora tenha apresentado alta de 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior (out/2014) e de 4,6% em relação à janeiro de 2015. De acordo com a pesquisa, Maceió acompanha a tendência nacional nesse quesito, pois registrou uma diminuição das famílias endividadas de -0,9%; de 65,2% em setembro para 64,3% em outubro. A pesquisa é produzida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL).

Na capital alagoana, a redução se manteve em relação à análise anual (outubro/2014 – outubro/2015), período que registrou -2,9% de famílias endividadas; muito embora de janeiro à outubro do corrente ano tenha sido registrado um leve aumento de famílias endividadas em 0,2%.

O economista da Fecomércio AL, Felippe Rocha, explica que a PEIC tem como pano de fundo entender a dinâmica do emprego na região. “A inadimplência é fruto do desemprego ou da falta de educação financeira”, afirmou.

A análise nacional indica que o total de famílias endividadas, com contas em atraso e inadimplentes reduziu. Em Maceió, esse fato não sucedeu da mesma maneira, pois mesmo com uma redução do ponto de vista mensal do total de endividados, houve um aumento da parcela de famílias que estão com contas em atraso de 4,2%, isto é, de 22,2%, em setembro, para 26,4% em outubro. Além do aumento das famílias inadimplentes em 0,8%, o que representa um aumento de 2.474 indivíduos inadimplentes em Maceió. Em setembro, contabilizávamos 43.227 indivíduos, agora em outubro já são pelo menos, 45.701, representando, em porcentagem 14,9% em setembro e 15,7% do total dos consultados na região, respectivamente.

De acordo com Felippe, essa situação é explicada pela dinâmica do emprego em Maceió, considerando os dados do CAGED/MTE, entre janeiro a setembro deste ano. “Todos os setores econômicos da capital apresentaram redução do seu quadro de funcionários, excetuando-se o setor de serviços, que manteve um saldo positivo, explicado pela rede hoteleira e pelas administradoras de condomínio. O desemprego da capital ajuda a explicar o aumento do nível de famílias/indivíduos que estão com contas em atraso e/ou estão inadimplentes. Devemos ressaltar que no geral, para Alagoas, há uma recuperação do emprego formal, embora seja explicado em magnitude pela contratação do setor da indústria de transformação (em grande parte, as usinas sucroenergéticas), que vem contratando nos municípios do interior do Estado”, ressaltou.

EMPREGO FORMAL EM MACEIÓ, POR SETORES DE ATIVIDADE ECONÔMICA, DE JANEIRO A SETEMBRO DE 2015

SETORES ADMISSÃO DESLIGAMENTO SALDO

EXTRATIVA MINERAL 45 88 -43

IND. DE TRANSF. 4652 5393 -741

SERV. INDUST DE UTIL

PUBLICA 396 433 -37

CONSTRUÇÃO CIVIL 11733 12170 -437

COMÉRCIO 11262 13392 -2130

SERVIÇOS 23366 22313 1053

ADM PÚBLICA 96 123 -27

AGROPECUÁRIA 104 161 -57

TOTAL 51654 54073 -2419

Fonte: CAGED/MTE

Dentre os entrevistados da Fecomércio AL, o perfil de endividamento das famílias (avalia as dívidas em cartão de crédito, cheque pré-datado, carnês de loja, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguro) melhorou substancialmente de setembro para outubro, para os muitos endividados diminuiu em -2,4% com relação ao mês anterior. Houve um aumento das famílias pouco endividadas, em 1,4% e dos que não possuem dívidas também obtiveram uma melhora de 0,9%.

Para Maceió, o grande responsável pelas dívidas no orçamento familiar é o cartão de crédito (87,7%), valor que representa uma queda com relação ao mês anterior,

em -0,5%. Com os carnês de loja e o empréstimo pessoal, figurando na segunda e terceira posição, com 9,6% e 5,0%, respectivamente, para ambos os casos, houve um aumento na parcela de indivíduos que estão com dívidas deste tipo, de 1,3% com relação ao mês anterior para os carnês de loja e 1% para a aquisição de empréstimos pessoais.

Dentre as famílias com dívidas em atraso, houve um aumento substancial dos que indicaram não ter condições de pagá-las, em setembro 14,9% dos entrevistados afirmaram não ter condições de pagar os atrasados, em outubro esse percentual aumentou para 17,9%, um aumento de 3% com relação ao mês anterior. Embora o tempo de pagamento em atraso, inferior a 30 dias tenha diminuído, em 0,1% com relação a setembro, houve um aumento das pessoas em débito entre mais de 30 e menos de 60 dias, de 4,1%.

O comprometimento da renda na capital com dívidas das famílias também subiu, das famílias que comprometem mais de 50% de sua renda com dívidas houve um aumento de 0,4% e as famílias que comprometeram entre 11% a 50%, aumentou 2,4%, havendo uma redução para as famílias que comprometem apenas até 10% da renda, de 14,4%. O nível de comprometimento médio da renda aumentou em 4,4% no período de setembro a outubro.

No Brasil, o tipo de dívida mais comum por ordem é o cartão de crédito, carnês de loja e financiamento de carro. Em Maceió, ao invés de financiamento de carro, a modalidade de empréstimos pessoais tem aumentado, o que pode representar a insuficiência de renda doméstica por conta do desempenho negativo da contratação na capital.

Pelas análises, o comércio de final de ano não deverá ser tão aquecido, com contratação tímida de temporários e uma elevação baixa das vendas reais, já que as famílias tenderão a utilizar o 13º salário para colocar as contas em dia e reverter seu quadro de inadimplência.

No site da Fecomércio [www.fecomercio-al.com.br] está disponibilizada a pesquisa local na íntegra, inclusive informações sobre a pesquisa em âmbito nacional.

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