30/04/2015 13h57

Setor produtivo discute criação de Parque de Biotecnologia em Alagoas

Polo deve ser implantado no campus da Ufal e terá entre prioridades estudar seis mil doenças graves e raras que acometem 500 milhões de pessoas no mundo

Bioteconologia

Mary Wanderley/Assessoria

Representantes do setor produtivo alagoano discutiram, no Auditório Guaxuma do Hotel Maceió Atlantic, em Jatiúca, sobre a criação de um Parque de Biotecnologia em Alagoas, no campus da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A iniciativa inovadora é da Associação Dr. Hemerson Casado Gama, que tem entre os objetivos amparar os portadores da doença Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) e de outras patologias raras.  A discussão se dará no I Seminário intitulado “A Economia do Conhecimento influenciando o Desenvolvimento Socioeconômico de Alagoas”.

O presidente da entidade, cirurgião cardiovascular Hemerson Casado Gama, explica que o evento vai trazer debates relevantes sobre a luta que a instituição vem travando para implantar o polo que, segundo ele, desenvolverá pesquisas sobre a ELA – doença progressiva e degenerativa. “Nossa ideia tem a ver com a minha doença (portador de ELA, diagnosticada em agosto de 2012) e com cerca de seis mil doenças graves e raras, atingindo no mundo quase 500 milhões de pessoas”, ressaltou.

De acordo com ele, o parque de biotecnologia vai gerar empregos de alto nível para os alagoanos, além do desenvolvimento de pesquisas que podem ser patenteadas, vendidas ou desenvolvidas no Estado nas áreas farmacêuticas, de bioengenharia, bioarquitetura e biomedicina.

“Isso gerará muito dividendo para a economia, não só com relação a impostos, mas com a venda. Terá uma importância social, cultural e educacional enorme. No Polo podemos oferecer um laboratório de alta tecnologia para a avaliação e preparação de atletas para competições de alta performance, bem como os atletas olímpicos e paraolímpicos”, destacou.

A ideia, na opinião de Hemerson Casado, é ainda criar novos nichos de trabalho e a escola universitária será importante, uma vez que contará com parcerias com as universidades, aumentando assim a oferta de cursos de mestrados e doutorados. “A nossa estrutura dará condições de muitos alunos brasileiros e estrangeiros virem para cá desenvolver suas teses e o intercâmbio com nossa instituição trará condições internacionais de estudo”, reforçou.

O evento discutiu ainda a situação atual da economia de Alagoas que sofre com as mudanças climáticas, com a corrupção em alguns órgãos do governo federal, com a taxa cambial e a derrocada do setor sucroalcooleiro. “Em evento posterior, discutiremos como treinar mão de obra local e por último mostraremos como a ciência pode gerar recursos de alto nível para o sofrido estado de Alagoas”, salientou.

Programação - O atual coordenador do curso de Administração da Faculdade de Negócios (FAN), Robson Alves de Lima e Silva, mestrando em Administração pela Universidade de La Empresa em Montevideu, Uruguai, vai ministrar palestra sobre A Influência da Educação Técnica e Acadêmica na Formação de Mão de Obra para Atender Novos Nichos Econômicos Alternativos.

A administradora Roberta Bottoni expôs sobre as ações da Associação Dr. Hemerson Casado Gama, bem como sobre a implantação do Polo de Biotecnologia, uma iniciativa inovadora da instituição, que deve começar a ser construído em janeiro de 2016. Já o professor e economista Lucas Abdré Ajala Sorgato vai falar sobre a Economia do Conhecimento Influenciando no Desenvolvimento Sócioeconômico e Cultural de uma Rregião.

 

O evento é destinado a universitários, professores, empreendedores e entidades ligadas ao desenvolvimento econômico de Alagoas. Participam do evento os integrantes das três esferas do Governo, parlamentares; secretários estaduais e municipais, da Federação das Indústrias de Alagoas (Fiea); Sebrae, da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL); dos bancos oficiais; reitores das universidades do Estado, entre outros.

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