24/10/2013 11h25

Pastoral da Criança vai implantar Programa de Vigilância em Alagoas. Maravilha larga na frente

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período de 1970 a 2010, aponta que metade da população adulta brasileira sofre com o excesso de peso e obesidade

Médica Zilda Arns na festa de 25 anos da Pastoral da Criança em Alagoas.

Josenildo Törres/Sesau-AL

Estudos realizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que, além da desnutrição, a obesidade infantil pode trazer graves consequências ao desenvolvimento da criança, a exemplo do aumento da pressão alta, colesterol elevado, diabetes e problemas cardiovasculares. Para evitar essas doenças, a Pastoral da Criança criou o Programa Vigilância Nutricional, que através da análise do Índice de Massa Corpórea (IMC), obtido na relação entre peso e altura, é possível orientar os pais sobre a importância de privilegiar uma alimentação saudável e estimular a prática de atividades físicas.

Desenvolvido com êxito em outros estados do Brasil, a exemplo do Paraná, o Vigilância Nutricional será implantado em Alagoas nesta sexta-feira (25), às 8h, na sede da Pastoral da Criança de Maravilha, localizada no Sertão do Estado. Para isso, a nutricionista da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança, Paula Pizzatto, estará capacitando voluntários do município e, com esta ação, os futuros jovens, adultos e idosos deverão ter um futuro saudável, sem desencadearem problemas sérios de saúde, segundo a coordenadora adjunta da Pastoral da Criança em Alagoas, Maria do Amparo Törres.

Isso porque, estudos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período de 1970 a 2010, apontam que metade da população adulta brasileira sofre com o excesso de peso e obesidade. Outra pesquisa, realizada pelo mesmo instituto, revela que 6,6% das crianças brasileiras menores de cinco anos já apresentam excesso de peso e, de 4,2% a 6,8% das crianças de baixa renda apresentam excesso de peso, demonstrando que elas podem desenvolver, futuramente, pressão alta, colesterol elevado, diabetes e problemas cardiovasculares.

“Desde a criação da Pastoral da Criança, há mais de 30 anos, sempre trabalhamos para evitar a desnutrição entre crianças carentes de todo o Brasil. Mas, nos últimos anos, detectamos que, além da desnutrição, muitas crianças sofrem com o sobrepeso e a obesidade, desencadeados pela falta de aleitamento materno, alimentação inadequada e falta de exercícios físicos”, aponta a coordenadora adjunta da Pastoral da Criança em Alagoas.

Primeiros 1000 dias de vida – E segundo Maria do Amparo Törres, os primeiros 1000 dias de vida da criança são determinantes para o seu desenvolvimento e o desencadeamento ou não de graves problemas de saúde na fase adulta. Esse período, que é compreendido pelos 270 dias da gestação, mais os 365 dias do primeiro ano de vida e por mais 365 dias do segundo ano de vida, são delimitadores de como será a saúde de qualquer pessoa quando ela chegar à fase adulta.

“As crianças amamentadas exclusivamente com leite materno até os seis meses primeiros meses de vida, que tiveram a introdução de alimentos saudáveis posteriormente, e que ainda foram amamentadas ate o segundo ano de vida com o leite da mãe, são mais saudáveis e apresentam menores chances de se tornarem obesas. Daí porque a importância do Programa Vigilância Nutricional, já que as mães serão orientadas a cuidarem corretamente de seus bebês desde a gestação, mantendo uma alimentação saudável, fazendo o pré-natal, controlando a anemia e a obesidade”, orienta.

Pastoral da Criança em AL – Atualmente 70 dos 102 municípios alagoanos são assistidos pela Pastoral da Criança, entidade de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), criada pela médica Zilda Arns. De acordo com a Coordenação Estadual, mais de 22 mil crianças são assistidas pela organização, que conta com o trabalho voluntário de três mil pessoas, sendo 90% delas mulheres.

“Como nosso trabalho acontece por meio do voluntariado, necessitamos contar com a colaboração de mais alagoanos para expandirmos o programa para os 102 municípios”, explica a coordenadora adjunta da Pastoral da Criança, ao informar que os interessados em integrar o movimento devem contatá-la por meio do telefone (82) 3338 – 1067 ou do e-mail al@pastoraldacrianca.org.br .

Para se tornar voluntário, a pessoa interessada deve participar de um treinamento e realizar o acompanhamento de famílias de baixa renda nas comunidades assistidas. “Mas o trabalho pode ser de outras formas, pois qualquer pessoa pode colaborar, seja capacitando os agentes multiplicadores ou colaborando com as ferramentas da sua profissão”, destacou Maria do Amparo Törres, ao evidenciar que o trabalho da Pastoral da Criança em Alagoas foi decisivo para ajudar na redução da mortalidade infantil, já que no primeiro ano de implantação, o índice chegava à casa dos 90%.

 

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