15/07/2013 15h26

Artesanato alagoano comercializa aproximadamente R$ 160 mil na Fenearte

Estande foi destaque na XIV edição da Feira, realizada no Centro de Convenções de Pernambuco

Estande alagoano foi destaque em vendas na Fenearte, em Pernambuco

Taynara Pretto/Assessoria

Entre os dias 04 e 14 de julho, o Centro de Convenções de Pernambuco se transformou em um grande espelho para o reconhecimento do artesanato brasileiro e de mais 48 países. Ocupando um estande disponibilizado pelo Governo Federal, através do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), os artesãos alagoanos tiveram a oportunidade de expor e comercializar seu trabalho e, com um faturamento total de aproximadamente R$160 mil, foram destaque entre as representações estaduais.

Como reflexo do reconhecimento do artesanato alagoano, os valores de comercialização superaram o da edição de 2012, que foi de aproximadamente R$100 mil.

“O resultado é fruto de ações que têm como desafio promover a profissionalização e a comercialização dos produtos, sem perder sua tradição, autenticidade e originalidade. Desenvolvemos ações voltadas à geração de novas oportunidades, aproveitamento das vocações regionais, preservação da cultura local, e principalmente a formação de uma mentalidade empreendedora, que capacite o artesão para o mercado competitivo”, declarou o secretário de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, Luiz Otavio Gomes.

A participação dos artesãos em feiras como a Fenearte se dá por meio da Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande), que realiza atividades para promover e valorizar o artesão, fortalecendo esse segmento produtivo em Alagoas. “Através da carteira do PAB e das capacitações realizadas durante o ano, tornamos possível a participação dos artesãos, elevando o nível cultural, profissional, social e econômico deles de suas famílias, que dependem desse ofício para sobreviver”, alega a diretora de artesanato da Seplande, Dyslene Teles.

Acompanhados pela equipe da Seplande, oito artesãos alagoanos estiveram em Pernambuco representando suas cooperativas e associações durante os onze dias de feira, como Edlene Farias Xavier, da Associação das Mulheres Rendeiras de Marechal Deodoro, que possui mais de setenta associadas. “É gratificante estar aqui representando as mulheres da nossa Associação e ver como o nosso produto, que é fruto do trabalho de tantas pessoas, é valorizado, dentro e fora do nosso Estado”, declara.

Entre os produtos levados para a Fenearte, alguns tiveram papel de destaque nas vendas, como as esculturas feitas em barro, do município de Capela; o filé de Marechal Deodoro e do Pontal da Barra; as esculturas em madeira do mestre artesão André da Marinheira; e o patchwork de Boca da Mata, que chegou a comercializar mais de R$ 8 mil em apenas um dia de evento.

A Feira – A Fenearte é o maior evento de artesanato na América Latina e uma das principais oportunidades de divulgação das peças feitas em Alagoas. Nela, circulam pessoas do mundo todo e, além comercializar seus produtos durante a feira, os artesãos têm a oportunidade de participar de rodadas de negócios, que possibilitam encomendas para o resto do ano.

Esta é a 9ª participação de Alagoas na Fenearte e, além da concentração de público, as feiras apresentam uma potencialidade de venda, direta e indireta, que agrega publicidade direcionada e promoção de produtos para públicos específicos, como decoradores, arquitetos, lojistas e curadores do Brasil e do exterior. “Já vendi para turistas da Alemanha, Inglaterra e Argentina e recebi encomendas de lojistas e decoradores de diversas partes do país”, diz, satisfeita, a artesã Edleuza Teixeira.

Nesta edição a Natu Capri, produtora de sabonetes à base de leite de cabra do município de Maravilha; e a Sertaneja, fabricante de sandálias de couro, de Batalha, participaram pela 1ª vez de uma feira desse porte. Ambas fazem parte do Arranjo Produtivo Local (APL) Ovinocaprinocultura e tiveram uma ótima comercialização.

“Precisamos trazer diversos produtos para reposição, pois não esperávamos vender tanto. O que foi comercializado durante a feira se compara ao que vendemos durante dois meses”, diz o gestor do APL, Reginaldo Guedes.

“Isso é essencial para a divulgação do APL e, principalmente, do nosso produto, além de contribuir para a elevação da autoestima das nossas cooperadas que, acompanhando a aceitação do público, enxergam mais claramente o potencial do seu trabalho”, conclui.

“O artesanato de Alagoas é único e se destaca pela sua diversidade e qualidade. Além de adquirir os produtos é ótimo poder ter contato, em eventos como a Fenearte, com os artesãos responsáveis por confeccionar essas peças tão carregadas de histórias e cultura”, declara Eugênia Maria Borba, moradora de Recife.

Outro grande motivo de orgulho para Alagoas, nesta edição, foi um espaço em homenagem a mestre Dona Irinéia, patrimônio vivo do Estado desde 2005. Artesã de cerâmica, remanescente de um grupo de quilombolas de União dos Palmares, a mestre começou a fazer cabeças de barro há 35 anos, para ajudar na renda familiar. Com um estilo característico, sua obra é reconhecida no mundo inteiro. Foi indicada pela arquiteta pernambucana Janete Costa, no ano de 2004, ao Prêmio Unesco de Artesanato para a América Latina e Caribe, ficando entre as dez finalistas.

“É emocionante ganhar um espaço como esse na Fenearte e poder mostrar meu trabalho, representar o meu Estado e ser motivo de orgulho para Alagoas”, diz Dona Irinéia.

A Fenearte que, em 2013, homenageou as mulheres rendeiras que mantêm viva a tradição do ofício, recebeu mais de 300 mil visitantes durante seus onze dias.

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