Valdi Junior
O Porto de Maceió colocou Alagoas na rota da indústria naval com a inauguração nesta sexta-feira do consórcio Tomé-Ferrostal. O empreendimento de R$ 80 milhões iniciou as operações gerando nesta fase inicial 200 empregos diretos. O consórcio ganhou licitação para a construção do pacote IV (tratamento de petróleo) de módulos para as seis primeiras plataformas tipo FPSO (P-66, P-67, P-68, P-69, P-70 E P-71) para exploração dos blocos BM-S-09 E BM-S-11 do pré-sal da Bacia de Santos.
Esse volume de obras acrescido a construção de mais dois módulos alcançará o volume de US$ 1,150 bilhão em investimentos. Cada plataforma depois de pronta e operando terá capacidade de processar diariamente até 150 mil barris de petróleo e 6 milhões de metro cúbicos de gás natural. A Tomé/Ferrostaal informou que no pico da obra haverá cerca de 2.000 pessoas trabalhando na parte administrativa e de produção.
A administradora do Porto de Maceió, Rosiana Beltrão, disse que esse investimento é resultado da iniciativa de apresentar para o País e o mundo as potencialidades do Porto de Maceió nos eventos ligados à indústria do petróleo. O consórcio Tomé-Ferrostal, por exemplo, desembarcou na capital alagoana após conhecer a disponibilidade dessa área portuária em uma feira do setor de petróleo e gás em Macaé, no Rio de Janeiro.
Embora não dispusesse de recursos para instalação de estande nesses eventos de grande porte, Beltrão disse que a veiculação de vídeo mostrando o que o Porto de Maceió poderia oferecer aos investidores interessados em montar indústria desse porte fora o suficiente para chamar a atenção do empresário Laércio Tomé. “Logo que conheceu a área optou por instalar o empreendimento no Estado, o que mostra que a confiança e a coragem são ingredientes imprescindíveis para alavancar qualquer projeto”.
O empresário do consórcio Tomé-Ferrostal, Laércio Tomé, disse que a chegada desse empreendimento quebra o paradigma da indústria alagoana por ser capaz de gerar milhares de empregos e boa remuneração aos trabalhadores. “Com certeza novos contratos virão, o que vai abrir as perspectivas de mais emprego para o alagoano”.
O gerente de Controle da Petrobras, Cid Culmant, responsável em aferir os trabalhos de fabricação dos módulos, disse está entusiasmado com a capacidade de aprendizado e a vontade de fazer o melhor dos alagoanos. “Alagoas está no caminho certo de construção da cadeia produtiva metal mecânica”.
Essa obra vai abrir novas perspectivas de trabalho para as famílias alagoanas, declarou entusiasmado o vice-prefeito de Maceió Marcelo Palmeira. Pois, essa indústria representa a esperança para muitos maceioenses principalmente para a classe jovem trabalhadora.
O senador Fernando Collor falou sobre o impacto do investimento na economia alagoana e o empenho da administração do Porto de Maceió. No entanto, ressaltou o papel do Governo Federal na retomada da indústria naval no País possibilitando o renascimento de um setor que tem papel preponderante na geração de emprego.
Para o governador Teotonio Vilela Filho, a inauguração da Tomé-Engenharia é a consolidação das decisões certas tomadas lá atrás no início do governo, o que permitiu a criação de um ambiente propício para a chegada do empresariado, e, consequentemente, dos investimentos. “Hoje, o investidor que apostar em Alagoas tem segurança jurídica, incentivos fiscais e boa governança, o que dá sustentação ao empreendimento”.
“A Tomé-Engenharia representou o investimento número 77 nos últimos sete anos da atual administração. Isso é fruto de trabalho focado em colocar o Estado no trilho do crescimento não deixando o empresariado aportar nos estados vizinhos de Sergipe e Pernambuco como ocorria no passado. Agora, não. O empresário, que escolhe Alagoas, fica. Não vai embora”, declara o governador.
E o alagoano é mais beneficiado com a chegada de novas empresas. O operário Sérgio Garcia, por exemplo, estava desempregado. Hoje, trabalho no setor de logística do consórcio já observando as oportunidades de crescer profissionalmente na indústria.
Garcia pretende capacitar-se na área de solda. O setor de soldagem da indústria naval é o mais cobiçado remunerando bem os profissionais da área. O salário médio ultrapassa R$ 2.500/mês.