07/05/2013 8h50

Contrato entre Delta Sucroenergia e Grupo João Lyra garante R$ 100 milhões/ano na economia alagoana

Volume representa o faturamento que se obterá com a comercialização de açúcar e etanol

Usina Laginha situada em União dos Palmares

Valdi Junior/VALOR MERCADO

O contrato formalizado entre a Delta Sucroenergia e o Grupo João Lyra no sentido do primeiro arrendar as usinas de cana-de-açúcar pertencentes ao segundo resulta em uma luz no fim do túnel para a cadeia produtiva do açúcar e do álcool (etanol), no Estado de Alagoas, com forte impacto na economia alagoana. Afinal, o arrendamento no período de 20 anos significa capitalização das agroindústrias e retomada dos tratos culturais dos canaviais que vai injetar cerca de R$ 100 milhões/safra no mercado local com a produção de açúcar e etanol.

Um valor considerável que ajuda a gerar emprego e renda nas cidades onde estão instaladas as agroindústrias. No território alagoano, as agroindústrias do Grupo João Lyra são três: Usina Laginha (União dos Palmares), Uruba (Atalaia) e Guaxuma (Teotônio Vilela).

Três agroindústrias sucroenergéticas que possuem parque industrial atualizado capaz de moerem juntas mais de quatro milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Entretanto, na recente safra 2012/2013, as usinas esmagaram pouco mais de um milhão de tonelada de cana-de-açúcar por baixa produtividade no campo e perda no processo industrial. Porém, a falta dos tratos culturais da cana foi determinante para a queda na produção da cana.

Produção menor, perda de receita e baixo lucro. Esse tripé gerou um efeito perverso: atraso do salário dos funcionários e do pagamento aos fornecedores e aos credores, sem se falar na perda do potencial de compras. Um cenário que trouxe impacto negativo às regiões, principalmente, onde as agroindústrias eram a locomotiva do comércio local, sobretudo, durante a época da colheita da cana-de-açúcar.

Diante do quadro atual, a expectativa não era das mais animadoras para a safra 2013/2014, com boatos que o Grupo João Lyra mal conseguiria esmagar um milhão de toneladas de cana e que talvez nenhuma das três usinas viria a funcionar. Já se calculava o montante do prejuízo para a economia alagoana, cujo setor ainda é o mais representativo na geração de emprego e renda.

Como se diz que a esperança é a última que morre, eis que surge uma solução para que as usinas Uruba, Laginha e Guaxuma trabalhem a todo vapor: o arrendamento por parte das unidades industriais pelo Grupo Delta capitaneado pelo Robert Lyra, empresário e sobrinho de João Lyra, do Grupo João Lyra.

Tudo certo e acordado, porém, no meio do caminho encontra-se o senhor João Lyra que ainda não bateu o martelo [não assinou o contrato], o que é esperado com muita ansiedade pelos alagoanos.  A decisão terá desdobramentos no conjunto da produção alagoana de açúcar e etanol. Poder-se-á vir a ter uma safra de cana com viés de alta ou uma safra com viés de baixa por um longo período com reflexos na economia.

O  tempo urge. A caneta e o papel (contrato) já estão lá à espera. O que falta? O principal. O subjetivo vontade em fazê-lo.

Alagoas (do azul ao encarnado) está na torcida.

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