23/11/2012 13h43

Comércio abre as portas para contratações temporárias: 205,3 mil devem ser efetivados

Lojas de roupas e de calçados devem efetuar a maior contratação de trabalhadores temporários

Lojas de roupas contratam mais em Maceió para as vendas de fim de ano

Assessoria

Jovens com ensino médio nas funções de vendedor e caixa serão os mais procurados. A briga pela efetivação vai ser grande: a maioria dos lojistas deve contratar ao menos um temporário Pesquisa encomendada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) revela que 293,2 mil comerciantes devem contratar pelo menos um funcionário temporário para ajudar nas vendas de fim de ano. Segundo o estudo, quase três em cada dez empresários brasileiros pretendem contar com a ajuda destes profissionais. A expectativa é de que 205,3 mil temporários sejam efetivados após o período de vendas de fim de ano. A pesquisa SPC Brasil buscou conhecer a intenção de contratação e o perfil do empregado temporário do varejo, tradicionalmente chamado para atender o aumento da demanda de clientes na época natalina. Para isso, foram entrevistados comerciantes das 26 capitais brasileiras e do Distrito Federal.

O estudo mostra que o setor de roupas e calçados é o que mais deverá contratar: 45% dos comerciantes vão reforçar a equipe da loja. Em segundo lugar vem o segmento de perfumaria e cosméticos (40%), seguido de artigos diversos (moda esportiva, ótica e brinquedos), com 25% de intenção de contratar mão de obra extra. Papelaria deve ser o setor que menos irá reforçar o quadro de funcionários: 82% dos lojistas do setor afirmaram que não vão aumentar o número de colaboradores em dezembro.

Vai contratar mão de obra temporária?

Dos varejistas que não vão contratar colaboradores temporários, a maioria (71%) afirma estar satisfeita com a equipe atual. Para o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, Roque Pellizzaro Jr, o número de empresários satisfeitos reflete o bom resultado dos esforços que o varejo brasileiro tem feito para treinar e capacitar as próprias equipes. “O mercado de trabalho experimenta índices baixíssimos de desemprego e crescimentos salariais acima da inflação. Isso faz com que boa parcela da mão de obra especializada já esteja empregada. Com a equipe já formada e bem treinada, o varejista muitas vezes opta por fazer um remanejamento interno dos funcionários, transferindo os empregados temporariamente de um setor para outro”, explica Pellizzaro Jr.

Perfil do profissional

A pesquisa também procurou conhecer características pessoais e habilidades profissionais dos empregados procurados pelos comerciantes de shoppings e lojas de rua. Mais da metade dos varejistas (55%) têm intenção de contratar mão de obra jovem, entre 18 e 24 anos. Quando perguntados sobre o salário que provavelmente iriam pagar para os novos funcionários, 85% responderam até dois salários mínimos. “É importante ressaltar que é prática habitual do comércio varejista remunerar por comissão de vendas, o que na maioria dos casos multiplica a renda de quem trabalha no setor”, pondera o economista do SPC Brasil Nelson Barrizzelli.

A maior parte dos comerciantes (73%) pretende preencher de uma a cinco vagas extras para o fim de ano. O requisito básico para a maioria dessas oportunidades é o pretendente possuir ensino médio completo ou já ter tido experiências anteriores no ramo. A concorrência por uma contratação também promete ser grande: a maior parte dos lojistas (70%) pretende efetivar pelo menos um temporário. Comprometimento com o trabalho, dinamismo, pró-atividade e bom trabalho em equipe são habilidades profissionais que podem encurtar este caminho, na opinião dos próprios empregadores, que consideram difícil achar profissionais que se encaixem neste perfil, devido à falta de comprometimento (50%). “Essa percepção dos contratantes pode ser um reflexo da falta de motivação, principalmente social, da faixa etária buscada para os cargos temporários oferecidos”, explica Nelson Barrizzelli.

Vendedores serão os mais procurados pelos comerciantes: sete em cada dez lojistas (71%) querem este profissional para atuar na linha de frente, cara a cara com o cliente. Caixas e estoquistas aparecem em segundo e terceiro lugares, com 26% e 17% de intenções de contratação, respectivamente. Vale ressaltar que a pesquisa captou que 4% dos mais procurados são cabeleireiros e manicures. Na avaliação do presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Jr, o Natal é característico por beneficiar praticamente todos os segmentos da economia. “O consumidor injeta dinheiro das formas mais variadas possíveis. Ele compra roupas novas, quita dívidas, revisa o carro da garagem e pode até começar uma reforma. Assim, todas as engrenagens giram juntas para fazer a máquina econômica funcionar”, afirma Pellizzaro Jr.

Metodologia da pesquisa

Para elaborar o estudo foram ouvidos aleatoriamente 609 empresários de todas as capitais do país. A fonte usada para desenhar o plano amostrar foi o total da População Economicamente Ativa (PEA) por município disponibilizado pelo IBGE. A margem de erro amostral é de 4% e a confiança é de 95%.

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