11/04/2012 11h27

Cai endividamento do consumidor de Maceió no mês de abril. Taxa de inadimplência reduziu 8,7%

Homens são os principais devedores da capital alagoana, conforme pesquisa Fecomércio

Comércio varejista amplia as vendas e inadimplência cai um pouco

O nível de endividamento do consumidor da capital alagoana reduziu no mês de abril para 71,4%. No mês passado, a taxa alcançou 80,1%. O percentual de consumidores não endividados este mês chegou a 28,6%. Os dados são da pesquisa sobre o Nível de Endividamento do Consumidor de Maceió, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL), em parceria com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

De acordo com a pesquisa, o percentual de consumidores com dívidas atrasadas também registrou queda. De 37,9%, em março, para 31,8%, em abril. Em relação ao nível de inadimplência, alcançou 5,4%.

Segundo o consultor econômico da Fecomércio-AL e professor de Economia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Fábio Guedes, o resultado ainda é muito elevado para os padrões considerados confortáveis de segurança para o consumidor, que é de 30% de comprometimento da renda familiar com pagamento de dívidas e encargos financeiros. Por sua vez, a taxa de inadimplência de 5,4% tanto está acima da média do trimestre considerado (fev-abr/2012), como da média do ano.

Fábio explica que o aumento do comprometimento da renda familiar dos consumidores deve ser a provável razão do crescimento da taxa de inadimplência na em Maceió. “Certamente essa situação deverá se alterar nos próximos meses com a redução dos spreads bancários e juros sobre as operações de crédito, conforme anunciado pelos principais bancos públicos do país. Essa nova situação poderá provocar um acirramento da concorrência interbancária, forçando os custos do dinheiro e encargos para baixo”, comenta o consultor.

Segundo Fábio, no cenário futuro, provavelmente, o comprometimento familiar com pagamento de dívidas poderá baixar e, consequentemente, a inadimplência recuar.

A pesquisa Fecomércio aponta ainda que os homens continuam liderando o maior percentual de devedores em Maceió (77,2%), principalmente, na faixa de idade entre 18 e 24 anos (76,9%). A faixa de renda familiar que apresenta a maior faixa de endividamento (79,7%) corresponde a menos de cinco salários mínimos. Os homens que apenas contam com o nível de escolaridade do ensino fundamental são os que mais contraem dívidas (82,1%). É também entre os homens que se registra a maior taxa de inadimplência (4,9%).

Entre as mulheres, elas são as que mais deixam contas em atraso (36,6%), na faixa de idade entre 18 e 24 anos (34,4%) e com renda abaixo de cinco salários mínimos. Também são as mulheres que mais comprometem a renda familiar com pagamento de dívidas e encargos financeiros (42,6% da renda)

Os cartões de crédito continuam liderando o maior percentual de consumidores endividados (63,3%). Seguidos dos financiamentos (33,1%), empréstimo pessoal (8%) e carnês de lojas (7,9%). O uso de cheque especial como elemento de criação de dívidas caiu de 8,9%, em março, para 4,8%, em abril.

No mês de análise, os gastos com alimentação lideraram os motivos de endividamento do consumidor maceioense com 25,9% dos entrevistados. Em seguida, educação (23,3%); vestuário (21,4%); tratamento de saúde (14,6%); aluguel residencial (14,5%); reforma residencial (11,3%); seguros (7,9%); eletroeletrônicos (6,5%); eletrodomésticos (6,3%) e móveis residenciais (5,4%).

A principal causa para elevação dos níveis de endividamento, segundo os entrevistados, é o desequilíbrio financeiro (66,7%).

A maior parte das dívidas tem valor entre R$ 500,00 e R$ 2.000,00 (51,7%), entre R$ 2.001,00 e R$ 5.000,00 (42,7%).

A pesquisa sobre o endividamento do consumidor da capital alagoana aponta para melhoras nos indicadores de endividamento do consumidor da capital alagoana. As duas únicas preocupações são o comprometimento da renda familiar com pagamento de dívidas e encargos financeiros e o aumento da taxa de inadimplência.

“Como no primeiro semestre a economia brasileira vem numa tendência de queda das taxas de inflação e os bancos públicos anunciaram uma agressiva política de redução dos spreads e juros, a tendência é melhorias ainda maiores naqueles indicadores, sobretudo, no nível de comprometimento da renda com dívidas e na inadimplência”, explica Fábio.

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