13/03/2012 18h41

Petrobras busca descobrir novas jazidas de gás e petróleo na Lagoa Manguaba

Pesquisa objetiva analisar a potencialidade de reserva de gás e garantir a oferta de matéria-prima no Estado

Técnicos da Petrobras apresentam projeto de levantamento sísmico na lagoa Manguaba no Cepram

 Secom

O vice-governador José Thomaz Nonô presidiu, nesta terça-feira (13), uma reunião extraordinária do Conselho Estadual de Proteção Ambiental (Cepram). Em pauta, a apresentação do levantamento sísmico 3D, um estudo que a Petrobras pretende realizar na Lagoa Manguaba, no município de Pilar, com o objetivo de descobrir novas jazidas de gás e petróleo.

 A reunião contou com a presença de técnicos do órgão federal e pescadores da região. “Foi uma reunião de política preventiva, de cautela e pedagógica. Eu solicitei a apresentação do projeto ao Colegiado e convidei os pescadores das colônias para saber do que se trata, para que não haja especulações sem fundamento, e assim não restasse dúvida quanto esta atividade e suas consequências ao meio ambiente e à atividade pesqueira.

De acordo com a apresentação dos técnicos da Petrobras, será uma atividade muito limitada no tempo e absolutamente recuperável”, disse o vice-governador Thomaz Nonô.

 Na ocasião, geólogos da Petrobras explicaram o funcionamento do levantamento sísmico 3D, que é realizado por meio de compressores de ar que propagam ondas que são medidas e registradas através de sensores. Segundo os geólogos, a partir da análise das imagens processadas é avaliado o conteúdo e viabilidade para exploração, caracterização e monitoramento dos reservatórios de gás e petróleo, de modo a descobrir e melhorar a capacidade de recuperação dos reservatórios em produção.

 “O levantamento vai abranger uma parte terrestre e uma pequena parte na Lagoa Manguaba, com o objetivo de encontrar estruturas potencialmente portadoras de gás, para alavancar a produção no campo de Pilar, que passa por um momento decrescente. O empreendimento é de curto prazo e os possíveis impactos ambientais são reversíveis, e eles podem ser de mitigação ou potencializadores, com o aumento dos royalties e a geração de empregos e renda”, declarou o geólogo da Petrobras, Petrônio Bonfim.

 O vice-governador também destacou a importância dos royalties para Alagoas. “Para a economia do Estado este levantamento é fundamental, boa parte dos recursos do município de Pilar vem da extração de gás e petróleo. Foi mostrado que os poços de Pilar vêm declinando desde 2005, e isso afeta diretamente na receita de todo Estado de Alagoas. Estes royalties são uma importante fonte de renda”, ressaltou Thomaz Nonô.

 De acordo com o diretor-presidente do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Adriano Augusto, a preocupação dos pescadores é válida e serão solicitados ajustes compensatórios no projeto da Petrobras. “Em relação ao aspecto técnico, o IMA entende que os impactos são pequenos e temporários, mas existem. Por isso vamos manter esse fórum amplo para poder debatermos a possibilidade de outras intervenções, a implementação de outros mecanismos de mitigação e até mesmo de compensação”, declarou Adriano Augusto.

 Segundo o geólogo Petrônio Bonfim, a Petrobras fará um monitoramento da atividade pesqueira, com o levantamento do volume de pesca e o contato com as associações de pescadores de Pilar e Marechal Deodoro para buscar o melhor entendimento sob este aspecto.

De acordo com Bonfim, Todo o projeto vai ser feito em três meses e o registro sísmico na lagoa deve durar até 18 dias. O processo de licenciamento ambiental foi solicitado ao Instituto de Meio Ambiente (IMA) e em seguida deve passar pela análise e apreciação do colegiado.

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