16/03/2012 15h24

Nível de endividamento do consumidor volta a subir na capital alagoana. Valor da dívida varia entre R$ 500 e R$ 1.500

Desequilíbrio financeiro é a principal causa para elevação dos níveis de endividamento no mês de março

Consumidores ainda estão comprando em longo prazo no cartão de crédito

 

Fabiana Silva/Fecomércio

A pesquisa sobre o Perfil de Endividamento do Consumidor de Maceió, realizada pelo Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD), em parceria com o Banco do Nordeste (BNB), aponta elevação do nível de endividamento em março de 2012 para 80% dos entrevistados. No mês passado, o percentual correspondeu a 73,1%.

Houve aumento também no percentual de consumidores com dívidas atrasadas. O indicador saltou de 27,7%, registrado mês passado, para 37,9% este mês.

A taxa de inadimplência cresceu do mais baixo nível registrado em 12 meses, quando em fevereiro chegou a 2,4%, para 3,9%, em março. A novidade é que houve diminuição do comprometimento da renda familiar com dívidas que recuou de 45,5%, em fevereiro – que foi o mais alto nível verificado em 12 meses – para 39,7%, em março

Para o consultor econômico da Fecomércio-AL, Fábio Guedes, os números ainda indicam o processo de transição entre os anos de 2011 e 2012, quando os consumidores em dezembro realizaram muitas compras, geralmente contraindo dívidas por meio de prestações e uso de cartões de crédito. Além disso, os primeiros meses do ano se concentram despesas adicionais como, impostos, compra de material escolar e despesas com férias. “O conjunto de gastos acaba influindo nos índices de endividamento, mas nada preocupante”, comenta.

De acordo com a pesquisa, os homens (78,5%), na faixa de idade entre 18 e 24 anos (80%), são os que mais contraem dívidas. A faixa de renda familiar que apresenta a maior faixa de endividamento (80,5%) é aquela que tem menos que cinco salários mínimos.

Por outro lado, as consumidoras são as que mais deixam contas em atraso (34,5%), com idade entre 18 e 24 anos (37%) e com renda abaixo de cinco salários mínimos. Em relação à taxa de inadimplência, quando uma dívida é atrasada em mais de 90 dias, os homens são os mais frequentes (6,9%), na faixa de idade entre 24 e 35 anos e com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos.

Os cartões de crédito continuam liderando o maior percentual de consumidores endividados (58,8%), seguidos dos financiamentos (37,8%), empréstimo pessoal (11%), cheque especial (8,9%), carnês de lojas (8,4%) e cheques pré-datados (8,5%).

Os gastos com educação novamente foram os principais motivos de endividamento em março, mas em um nível bem menor do que em fevereiro (40%). 28,2% dos consumidores assumiram mais dívidas com produtos e serviços relacionados a esse tipo de despesa. Seguido de alimentação (25,1%), vestuário (24%), aluguel residencial (18,3%), tratamento de saúde (16,5%), seguros (13,8%), reforma residencial (12,5%), eletroeletrônicos (12%), móveis residenciais (8,6%), eletrodomésticos (7,5%).

A principal causa para elevação dos níveis de endividamento é o desequilíbrio financeiro (51%), seguido do esquecimento em pagar contas (23,7%) e adiamento do pagamento (10,3%). O percentual de consumidores que estão contestando dívidas é elevado, 17%.

A pesquisa aponta ainda que os valores entre R$ 500 e R$ 1.500 compõem o maior percentual das dívidas (47,6%). Até R$ 500, 9,9%; entre R$ 1.501 e R$ 2.000, 12,4%; entre R$ 2.001 e R$ 3.000, 7,4%; entre R$ 3.001 e R$ 5.000, 4%; e, mais R$ 5 mil, 19,6%

A pesquisa completa está disponível no endereço http://www.fecomercio-al.com.br/ifepd/

 

 

 

 

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