17/02/2012 9h50

Falta de repasse da Chesf ameaça fechar o Instituto Xingó, alerta o deputado estadual Inácio Loiola

Cerca de 600 mil habitantes da região semiárida está sem receber assistência dos técnicos. Pesquisas estão paralisadas

 

Deputado estadual Inácio Loiola fez duras críticas a omissão da Chesf para com o Instituto Xingó

Valdi Junior/VALOR MERCADO

O deputado estadual Inácio Loiola aproveitou a Pré-Conferência Estadual de Desenvolvimento Sustentável do Bioma Caatinga – Caatinga no Rio+ 20, realizado ontem no auditório da Superintendência do BNB (Banco do Nordeste), em Maceió, para despertar a atenção da sociedade alagoana para o descaso da Chesf (Eletrobras) para com o Instituto de Xingó. Débito de R$ 800 mil ameaça o fechamento da instituição e a transferência de tecnologia a 600 mil habitantes.

O Instituto Xingó instalado no município de Piranhas para desenvolver e levar uma política de sustentabilidade para o total de 29 municípios da região do semiárido de quatro estados (PE, AL, SE e BA) passa um por um momento delicado ao longo de 25 anos de existência. Por falta de repasse de recursos da Chesf para o Instituto Xingó, as atividades dos técnicos e professores e a manutenção dos laboratórios de pesquisa estão comprometidas.

Se não bastasse esse triste quadro, falou o deputado, as comunidades mais humildes assistidas com projetos de sustentabilidade de como sobreviver e tirar seu próprio sustento a partir da região onde vivem, não mais estão recebendo o apoio técnico e fundamental dos pesquisadores. “É uma tremenda falta de sensibilidade para com o social da Chesf (Eletrobras) que obtém grande lucratividade com a geração de energia das hidrelétricas instaladas no rio São Francisco”.

Numa linha reta imaginária de Piranhas (AL) a Petrolândia (PE), existem três complexos hidrelétricos: Xingó (AL/SE), Paulo Afonso (AL/BA) e Itaparica (PE), disse o deputado. Então, a Chesf (Eletrobras) tem amplas condições financeiras e dever social e, sobretudo, moral de cumprir com sua responsabilidade perante o Instituto Xingó e, por conseguinte, a população nordestina residente nesta região do semiárido envolta do rio São Francisco.

Entre tantas atividades do Programa Xingó, destaca-se  à criação da tilápia – que produz o filé, a polpa introduzida na merenda escolar de Piranhas, o beneficiamento do couro para sandálias e sapatos -, a produção e disseminação da ovinocaprinocultura nas pequenas propriedades rurais, a inédita pesquisa do pitu garantindo a sobrevivência da espécie no rio São Francisco e, sobretudo,  estímulo ao desenvolvimento integral autossustentável  visando a preservação do ecossistema e a promoção da cidadania do sertanejo.

O Instituto Xingó tem como parceria estratégica a Chesf além dos parceiros Sudene, Cepel, CNPq, Codevasf, COEP, Embrapa, Facepe, Fadurpe, IEC, Funasa, Inpe, MCT, INSA, MI, MME, Petrobras, Seagri-SE, Sebrae, Sectes-AL, SEED-SE, UFS, UFAL, UFBA, UFRPE e UFPE.

 

 

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