Trinta e quatro jovens e sete técnicos alagoanos estão na capital federal, onde participam, até o próximo sábado, dia 2, de oficinas, palestras, dinâmicas e discussões acerca da temática “poder jovem”. “Este é um divisor de águas para eles, pois se trata de uma segunda etapa, após o seminário estadual. Aqui, em Brasília, os nossos jovens terão como interagir com os de outros estados e ter contato com diferentes realidades”, disse Silvia Andrea Costa, coordenadora estratégica do ViraVida no Estado.

A expectativa de M.I., 18 anos, é que a participação no seminário seja proveitosa. “É uma oportunidade única de representar Alagoas em outro estado e mostrar o meu potencial. Não só eu estou feliz, mas toda a minha família”, disse. Desde que entrou no projeto, ela se orgulha de conquistas como o retorno aos estudos, a melhor convivência com os familiares e os amigos, além da profissão que aprendeu.

A viagem à capital federal também deixou muita gente com ansiedade, como V.F.S., de 20 anos. O nervosismo se explica pelo fato de ele nunca ter viajado de avião antes. Entretanto, o jovem deixa o medo de lado ao falar sobre o que espera do seminário e, ainda, do que mudou na vida dele após ter sido selecionado para o ViraVida.

“Vou dar o meu melhor lá [em Brasília] e espero me dar bem com os jovens dos outros regionais”, disse ele. V.F. acrescenta que o projeto lhe deu uma nova perspectiva de vida e contribuiu para uma mudança comportamental. “Antes eu era perdido, fazia programa, e hoje vivo feliz, tenho uma profissão”, destaca.

A tecnologia social do projeto ViraVira ganha elogios de quem conhece de perto a realidade de crianças e adolescentes que vivem em vulnerabilidade social e enfrentam, muitas vezes, situações de abuso de exploração sexual. Valdomiro Pontes, ex-presidente do Conselho Tutelar da 7ª Região, que atende ao bairro Cidade Universitária e adjacências, em Maceió, diz que o projeto tem um diferencial.

“Eu me angustiava ao constatar a violência contra os jovens e não ter uma alternativa para tirá-los daquela vida. Foi quando me apresentaram o ViraVida que, além de resgatá-los, os insere no mercado de trabalho. Fiquei encantado. Hoje, aconselho os conselheiros tutelares a encaminhar jovens para o projeto, quando há demanda”, afirma Pontes, atual vice-presidente do Fórum de Conselhos Tutelares de Alagoas, ele também está em Brasília para participar do seminário.