31/07/2013 8h45

Estado é líder no número de artesãos cadastrados no Programa do Artesanato Brasileiro

O Saber Fazer, no primeiro semestre de 2013, capacitou 750 artesãos dos municípios do interior e investiu R$ 86 mil

Artesanato alagoano recebe cada vez mais incentivos governamentais

Laís Pita

Com um total de 11 mil artesãos, Alagoas é o Estado com o maior número de cadastros formalizados no Programa do Artesanato Brasileiro (PAB). Os números foram apresentados pela Diretoria de Artesanato e Design da Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande) – responsável pela coordenação do PAB em Alagoas -, nesta terça-feira (30), durante a solenidade que marcou o encerramento das capacitações dentro da iniciativa “Saber Fazer”.

O encontro aconteceu na sede da Seplande, e contou com a presença do secretário de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, Luiz Otavio Gomes, prefeitos e artesãos dos municípios contemplados. O Saber Fazer, no primeiro semestre de 2013, capacitou 750 artesãos dos municípios de Delmiro Gouveia, Minador do Negrão, União dos Palmares, Messias, Mata Grande, Paripueira, Lagoa da Canoa, São Miguel dos Milagres, Igreja Nova, Matriz do Camaragibe, Teotonio Viela, Traipu, Coruripe, Pão de Açúcar e Boca da Mata. Para essas ações, foram destinados recursos da ordem de R$ 86 mil.

Os artesãos participaram durante dois dias em seus respectivos municípios de três módulos, são eles: Processo de Socialização e Identidade Cultural; Modelo de Gestão do Negócio e Profissionalismo; e Desenvolvimento de Ideias e Avaliação dos Produtos Artesanais. Os módulos contaram com dinâmicas de grupos e aulas expositivas em slides.

Na solenidade, os municípios foram homenageados com uma placa em retribuição ao apoio dado durante o curso, e os artesãos receberam os certificados de participação nas capacitações. “O artesanato é uma ferramenta para o desenvolvimento econômico, que garante a inclusão produtiva e social. Hoje, Alagoas é uma referência no que diz respeito à qualidade do artesanato, que é considerado um dos melhores do Brasil. Essas capacitações transformam os artesãos em verdadeiros empresários”, afirmou o secretário Luiz Otavio Gomes, durante o evento.

O prefeito do município de Pão de Açúcar, Jorge Dantas, fez questão de afirmar que a posição ocupada pelo PAB alagoano, no que se refere ao número de artesãos cadastrados, reflete a importância da atividade. “Que a cada dia, os artesãos possam se unir ainda mais, pois o artesanato tem um caráter associativista, fazendo com que a união os tornem mais representativos. No caso das capacitações, elas elevam o nível educacional do profissional, que em sua maioria é baixo, e despertam um talento ou um diferencial que muitas vezes está adormecido”, falou.

A diretora de Design e Artesanato da Seplande, Dyslene Teles, apresentou uma ferramenta para os gestores dos municípios: o Censo do Artesão. No sistema estão expostos os números de artesãos residentes em cada município, sua renda média e com o que trabalham especificamente. “Essa é uma ótima ferramenta para que os gestores analisem a melhor forma de atuar junto a esse público”, explicou.

Casos de sucesso - Durante o evento, alguns artesãos foram convidados a falar do seu trabalho, do que tem alcançado e até deram sugestões para divulgar ainda mais o artesanato alagoano. Nascida e criada do Pontal da Barra, a rendeira de filé, Lucineide Gomes Barros, divulgou aos presentes a loja Ventos do Brasil, localizada na cidade de Curitiba, que vende, há dois meses, peças do artesanato alagoano.

“As cerâmicas de Capela, os bordados de Boca da Mata, as miniaturas produzidas pelo Arlindo Monteiro e o artesanato de Marechal Deodoro estão tendo uma aceitação maravilhosa. Os nossos produtos são realmente diferenciados”, afirmou Lucineide.

Outro sucesso recente foi o mestre artesão André da Marinheira, natural de Boca da Mata. Na última Fenearte, que ocorreu nos últimos dias 04 a 14 de julho em Pernambuco, André teve um montante de vendas calculado em, aproximadamente, R$ 42 mil. O artesão foi um dos principais nomes da delegação alagoana na Feira.

Tendo seu trabalho muito elogiado por todos na Feira, além das grandes vendas, André foi muito requisitado para a entrega de futuras encomendas. Sua peça mais cara exposta na feira custava R$3,5 mil. “Eu me preparei para a feira, demonstrei interesse em participar e todo esse empenho valeu à pena. Tudo que tinha foi vendido, aceitei encomendas e as pessoas brigavam para comprar o banco com a cabeça de tigre, que era a peça mais cara exposta na Feira”, comemorou o artesão.

Já o artesão Arlindo Monteiro, maceioense que trabalha no Mercado da Produção fabricando miniaturas com palitos de fósforos, colocou o artesanato no mesmo patamar das indústrias. “O Governo sempre fala muito da atração de novas indústrias e eu afirmo que o artesanato também é uma indústria e precisa ser sempre renovado. A Artnor, por exemplo, é uma feira especifica do segmento que existia em Alagoas e precisa ser resgatada”, sugeriu Arlindo.

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