10/05/2017 11h24

Energia mais barata ajuda a reduzir pressão sobre o custo de vida, com queda expressiva do IPCA em abril

INPC também caiu e fechou em 0,08% no último mês, mas o custo dos produtos alimentícios continua pesando no bolso do consumidor

Energia mais barata impacta positivamente no item habitação

IBGE: Assessoria de Comunicação

O  Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA do mês de abril apresentou variação de 0,14% e ficou abaixo dos 0,25% de março em 0,11 ponto percentual (p.p.). Com isso, o resultado no ano está em 1,10%, percentual bem inferior aos 3,25% de igual período de 2016. Nos últimos doze meses o índice desceu para 4,08%, menos do que os 4,57% do mês anterior, constituindo-se na menor taxa em 12 meses desde julho de 2007, quando se situou em 3,74%. Em abril de 2016, o IPCA foi 0,61%.

A redução na taxa do IPCA de 0,25% para 0,14% de março para abril veio das contas de energia elétrica, mais baratas em 6,39%, além dos combustíveis, cujos preços caíram 1,95%. Com a queda nas contas, a energia, responsável pela significativa parcela de 3,5% da despesa das famílias, representou o maior impacto negativo no ranking do mês (-0,22 p.p.). Os combustíveis, responsáveis por parcela ainda mais significativa, de 5,0% da despesa das famílias, vieram em seguida, com -0,10 p.p., já que caíram menos.

A queda de 6,39% no item energia elétrica foi influenciada por descontos aplicados sobre as contas, por decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de modo a compensar os consumidores pela cobrança indevida, em 2016, do chamado Encargo de Energia de Reserva (EER) destinado a remunerar a usina de Angra III. Isto, junto com a introdução, em primeiro de abril, da bandeira vermelha em substituição à amarela, trazendo um acréscimo de R$ 3,00 a cada 100 kwh ao invés de R$ 2,00. Regionalmente, conforme mostra a tabela a seguir, a queda menos intensa, de -0,73%, foi registrada na região metropolitana do Rio de Janeiro, tendo em vista que ter refletido ainda parte do reajuste de 9,81% vigente sobre as tarifas de uma das concessionárias desde o dia 15 de março. junto com o referido desconto e outras reduções, refletiu parte do reajuste de 9,81% vigente sobre as tarifas de uma das concessionárias desde o dia 15 de março. A queda mais intensa, de 13,21%, foi registrada em Campo Grande, onde, além do desconto e outras reduções nos impostos, o reajuste anual foi negativo, de -1,92%, com vigência a partir de 08 de abril.

Região
Variação (%)
Abril
Campo Grande
-13,21
Salvador
-10,78
Recife
-10,02
Fortaleza
-9,44
São Paulo
-8,09
Porto Alegre
-6,85
Belo Horizonte
-6,80
Curitiba
-6,47
Vitória
-6,36
Belém
-3,98
Brasília
-2,78
Goiânia
-2,51
Rio de Janeiro
-0,73
Brasil
-6,39

energia elétrica, portanto, levou à redução nas despesas com Habitação (-1,09%), que, como mostra a tabela abaixo, ficou tanto com a mais expressiva queda de grupo quanto com o mais expressivo impacto. Ainda no grupo, destaca-se, pela alta de 2,63% nos preços do gás de cozinha, reflexo de parte do reajuste de 9,8% em vigor desde o dia 21 de março.

Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Março Abril Março Abril
Índice Geral
0,25
0,14
0,25
0,14
Alimentação e Bebidas
0,34
0,58
0,09
0,15
Habitação
1,18
-1,09
0,18
-0,17
Artigos de Residência
-0,29
-0,28
-0,01
-0,01
Vestuário
-0,12
0,48
-0,01
0,03
Transportes
-0,86
-0,06
-0,16
-0,01
Saúde e Cuidados Pessoais
0,69
1,00
0,08
0,12
Despesas Pessoais
0,52
0,09
0,06
0,01
Educação
0,95
0,03
0,04
0,00
Comunicação
-0,63
0,55
-0,02
0,02

A pequena queda no grupo Transportes (-0,06%) foi influenciada pelos combustíveis (-1,95%), já que o litro da gasolina ficou mais barato em 1,75% e o etanol em 3,33%. Por outro lado, houve, no grupo, pressão das passagens aéreas, com alta de 15,48%, e dos ônibus urbanos, com 0,69%. A respeito dos ônibus, foi registrado aumento de 7,73% na região metropolitana de Porto Alegre, onde o reajuste de 8,00% entrou em vigor a partir do dia 31 de março, além de 6,67% em Recife, região onde, a partir de 26 de março, deixou de ser concedido o benefício do pagamento de meia tarifa aos domingos.

Do lado dos grupos que se mostraram em alta sobressai Saúde e Cuidados Pessoais (1,00%), tendo os medicamentos na liderança dos principais impactos no índice do mês. Isto porque os preços aumentaram 1,95%, gerando impacto de 0,07 p.p.. Refletiram o reajuste anual que passou a valer a partir de 31 de março, variando entre 1,36% e 4,76%, conforme o tipo do medicamento.

Em Alimentação e Bebidas a variação foi 0,58%, com aumento nos preços de vários produtos, como tomate (29,02%) e batata-inglesa (20,81%), como se constata na tabela a seguir.

Item
Variação (%)
Variação Acumulada
(%)
Março
Abril
Ano
12 meses
Tomate
14,47
29,02
34,45
11,28
Batata-inglesa
5,08
20,81
10,31
-38,21
Cebola
-0,63
6,03
-0,37
-46,95
Alho
2,36
4,83
0,87
-5,18
Ovos
5,86
4,03
10,86
9,74
Café moído
1,89
2,65
7,99
22,81
Açaí
8,47
2,45
26,70
-10,24
Suco de frutas
0,77
1,54
1,12
5,48
Frango em pedaços
0,47
1,30
-1,08
1,28
Pão de forma
0,80
1,26
4,53
5,75
Leite longa vida
2,60
1,25
4,91
5,83
Pescado
3,43
1,10
7,49
11,26
Café da manhã
-0,67
1,08
1,87
9,84
Queijo
0,45
0,97
1,05
11,66
Doces
0,53
0,93
1,92
5,66
Chocolate e achocolatado em pó
0,73
0,88
3,20
10,23
Cerveja
-0,63
0,87
-1,22
2,24
Hortaliças
1,32
0,79
11,72
-11,05
Macarrão
-0,19
0,76
0,45
5,76
Refeição fora
0,37
0,41
1,64
4,14

Em contraposição aos itens anteriores, alguns produtos, como óleo de soja (-4,17%) e arroz (-1,69%) ficaram mais baratos de um mês para o outro, conforme tabela abaixo.

Item
Variação (%)
Variação Acumulada
(%)
Março
Abril
Ano
12 meses
Feijão-preto
-9,11
-8,29
-27,17
8,76
Óleo de soja
-1,25
-4,17
2,95
3,61
Chocolate em barra e bombom
-4,19
-2,92
-4,86
5,65
Açúcar cristal
-2,19
-2,73
-5,48
5,08
Azeite
-1,41
-2,49
-3,88
-3,16
Arroz
-1,13
-1,69
-3,50
8,30
Feijão-carioca
-5,59
-1,64
-31,16
-18,76
Leite em pó
0,13
-0,84
-1,80
20,78
Feijão-fradinho
1,33
-0,82
-3,13
34,35
Frutas
1,39
-0,79
-1,49
-2,49
Cenoura
6,83
-0,71
28,03
-45,28
Frango inteiro
-0,50
-0,64
-5,24
0,50
Sorvete
0,81
-0,59
-0,72
4,33

Em relação aos índices regionais, os resultados ficaram entre os -0,22% registrados na região metropolitana de Salvador e os 0,54% do Distrito Federal. A tabela abaixo apresenta os resultados por região pesquisada.

Região
Peso
Regional (%)
Variação (%)
Variação Acumulada (%)
Março
Abril
Ano
12 meses
Brasília
2,80
-0,02
0,54
1,21
4,62
Recife
5,05
0,54
0,49
1,61
5,37
Rio de Janeiro
12,06
0,38
0,38
1,85
4,68
Porto Alegre
8,40
0,24
0,22
0,88
3,54
Vitória
1,78
0,13
0,20
1,22
4,07
São Paulo
30,67
0,31
0,16
0,97
4,16
Goiânia
3,59
0,27
0,15
0,23
2,30
Belém
4,65
0,13
0,09
0,94
3,98
Fortaleza
3,49
0,66
0,08
1,66
5,86
Curitiba
7,79
0,27
-0,05
0,97
2,48
Belo Horizonte
10,86
-0,04
-0,08
0,86
3,97
Campo Grande
1,51
0,14
-0,13
0,81
5,15
Salvador
7,35
0,04
-0,22
1,06
4,08
Brasil
100,00
0,25
0,14
1,10
4,08

IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília. Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 30 de março a 28 de abril de 2017 (referência) com os preços vigentes no período de 25 de fevereiro a 29 de março de 2017 (base).

INPC varia 0,08% em abril

Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC apresentou variação de 0,08% em abril e ficou abaixo da taxa de 0,32% de março em 0,24 p.p. No acumulado dos últimos doze meses, o índice desceu para 3,99%, ficando abaixo dos 4,57% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2016, o INPC registrou 0,64%.

Os produtos alimentícios tiveram alta de 0,54% em abril enquanto no mês anterior registraram alta de 0,32%. O agrupamento dos não alimentícios ficou com variação de -0,13%, abaixo da taxa de 0,32% de março.

Quanto aos índices regionais, o mais elevado foi o da região metropolitana de Recife (0,60%). O menor índice foi registrado no município de Campo Grande (-0,38%).

Região
Peso
Regional (%)
Variação mensal (%)
Variação Acumulada (%)
Março
Abril
Ano
12 meses
Recife
7,17
0,53
0,60
1,81
5,71
Brasília
1,88
0,25
0,28
1,87
4,74
Porto Alegre
7,38
0,28
0,26
0,80
3,38
Rio de Janeiro
9,51
0,44
0,22
1,67
3,79
São Paulo
24,24
0,38
0,17
0,75
4,05
Fortaleza
6,61
0,64
0,12
1,86
6,19
Goiânia
4,15
0,42
0,03
0,08
2,28
Belém
7,03
0,11
0,01
1,04
3,90
Vitória
1,83
0,24
-0,03
1,23
3,89
Belo Horizonte
10,60
0,08
-0,15
0,77
3,62
Curitiba
7,29
0,38
-0,17
1,10
2,22
Salvador
10,67
0,14
-0,20
1,11
4,15
Campo Grande
1,64
0,13
-0,38
0,27
4,54
Brasil
100,00
0,32
0,08
1,06
3,99

INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília. Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 30 de março a 28 de abril de 2017 (referência) com os preços vigentes no período de 25 de fevereiro a 29 de março de 2017 (base).

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