31/05/2013 10h57

PIB fraco, alta da Selic e inflação resistente projetam cenário nebuloso para a economia nacional

Economia brasileira deve desacelerar ainda mais no próximo trimestre. Notícia positiva é que o BC mostra disposição de conter inflação

Taxa de juros e inflação sobem

Valdi Junior/VALOR MERCADO

A alta da Selic para 8% no momento de PIB fraco confundiu um pouco o mercado. Mesmo sabendo que seria necessário elevar a taxa de juros para controlar a inflação, o mercado financeiro não esperava por esse aumento de 0,5 ponto percentual. Apostava numa alta de 0,25 ponto percentual. O mercado está cauteloso porque há receio de estagflação – combinação perversa de estagnação e inflação. Tudo que o brasileiro não quer, e muito menos, o Governo Federal que já está de olho no calendário eleitoral de 2014.

Por que o mercado ficou um pouco surpreso? Porque o motor da economia está lento. O varejo registra vendas abaixo da expectativa. A indústria, por sua vez, registra queda nos pedidos. E o setor de serviços, que apresenta alta consecutivas, também já dá sinal de desaceleração. Apenas o agronegócio [passou longe dessa turbulência] como constatou os indicadores do Produto Interno Bruto do primeiro trimestre de 2013.

Depois da medida de arrocho tomada pelo Banco Central, resta torcer para que o ímpeto inflacionário ceda e a instituição financeira não venha ser obrigada a elevar outra vez a taxa Selic. Porque aí, o cenário vai ficar bastante complicado, além do que já sinaliza.

Por fim, o terceiro trimestre deve ser de “vacas magras”, mas o último trimestre deve ser positivo com a retomada dos investimentos e do dinamismo econômico.

 

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