02/07/2012 11h55

Título de capitalização: um negócio bom para os bancos e os gerentes, e ruim para os clientes

Cliente desconfie da oferta generosa dos títulos de capitalização feitos pelos gerentes na hora dos empréstimos

Título de capitalização é uma espécie de loteria onde poucos ganham

Valdi Junior/VALOR MERCADO

O consumidor cliente de instituição financeira tem um leque de opções para investimentos. Todavia, ao chegar à agência bancária em busca de aplicação, o gerente apresenta fundos de previdência privada, CDB e por aí vai, exceto a tradicional caderneta de poupança. Por quê? Porque é uma aplicação não atraente para o agente financeiro. Por outro lado, o gerente traz logo na manga como opção, o título de capitalização. [Não pode ser considerado investimento, pois o ganho é quase nulo. Está mais para loteria].

Título de capitalização é um produto que muitos não o conhecem, apenas ouviram falar. Pois, bem é um excelente negócio para a instituição financeira. Também pode proporcionar bom retorno para quem tiver a sorte de ser premiado. Os demais recebem apenas dividendos [aliás baixo].

É considerado bom, se o detentor do título de capitalização for sorteado; e mau para quem não estiver incluído no rol dos premiados. Quem não for sorteado, não perderá o dinheiro investido mensalmente, mas  resgatará praticamente o mesmo valor contribuído ao longo do tempo – geralmente cerca de cinco anos. Um dinheiro que não cobre a inflação do período.

Embora os gerentes de banco instruídos pelos agente finaceiros sejam impelidos a vender o título de capitalização principalmente nas operações casadas como algo bom para o cliente, é preciso bastante cuidado antes de adquiri-lo. Porque uma vez que o fez, terá que passar cinco anos no mínimo para não perder muito dinheiro.

Se tirar antes do prazo de vigência – encerramento final do título – o cliente perde, e muito. Sabe por quê?

Porque nem todo o recurso aplicado por meio de parcelas ou de uma só vez compõe a cota de capitalização que permite o acúmulo e a rentabilidade, que é pela Taxa Referencial (TR). Só 70% a 75% é direcionado para a cota de capitalização. 25% é divido entre as cotas de sorteio e de carregamento.

Por isso, na hora do resgate do título, o dinheiro é praticamente o mesmo que fora pago ao longo de cinco anos. Se por motivo maior, o cliente precisará resgatar antes desse período é penalizado. Receberá o dinheiro com um desconto elevadíssimo. E ainda há incidência do Imposto de Renda.

Então, quando um gerente de banco oferecer título de capitalização pense muito antes de dar o sim. Opte para pôr o dinheiro que sobra rna caderneta de poupança por ser mais vantajosa e segura.

Outra coisa: o título de capitalização não tem garantia em caso de falência de bancos. Não está incluído na relação do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) que garante o dinheiro de volta até R$ 70 mil. A segurança está diretamente ligada a capacidade financeira do banco que você comprou o título.

Os títulos de capitalização são regulamentados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) vinculado ao Ministério da Fazenda.

 

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